Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/10/2012
Força e atrito
Se você escrever com menos força, ficará mais fácil deslizar o lápis sobre o papel.
Isso ocorre porque o atrito do grafite com o papel diminuirá.
Em nanoescala, contudo, um nanolápis vai exigir mais força para deslizá-lo sobre uma superfície à medida que a pressão sobre ele diminui.
Esse resultado absolutamente anômalo foi registrado por cientistas do Instituto Nacional de Padronização e Tecnologia dos Estados Unidos (NIST).
Atrito negativo
Tecnicamente, o resultado mostra um "coeficiente negativo de fricção", algo que nunca havia sido observado antes.
Zhao Deng estava pesquisando amostras de grafite usando a ponta de um microscópio de força atômica.
Ele estava medindo a fricção ao longo das amostras à medida que tornava o grafite mais pegajoso, adicionando átomos de oxigênio à sua camada mais externa - o grafite é um material lamelar, formado por inúmeras folhas de grafeno superpostas.
O que Deng descobriu é que, quando a força de adesão entre a camada superior do grafite e a ponta do microscópio se torna maior do que a atração dessa primeira camada sobre a camada logo abaixo dela, gera-se um diferencial negativo de atrito.
Vencendo o atrito
Análises posteriores mostraram que a ponta do microscópio puxa uma pequena região do grafeno para fora do grafite como um todo, formando uma espécie de "bolha".
E empurrar essa deformação sobre a superfície exige mais força do que fazer o mesmo sobre uma superfície lisa.
Quando a pressão da ponta aumenta, ela empurra a bolha de volta para o grafite, e o atrito diminui.
A descoberta é importante para a fabricação de novos materiais em nanoescala, além de aparelhos mecânicos, como os MEMS, NEMS micro e nano robôs e as nanomáquinas, para os quais vencer o atrito é um desafio crucial.