Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/06/2013
Internet quântica
Uma equipe australiana obteve um avanço na ciência quântica que trouxe para mais próximo da realidade a perspectiva de uma rede de computadores quânticos - computadores conectados através de uma internet quântica.
A equipe é a primeira a conseguir medir o spin, ou o estado quântico, de um único átomo através de uma técnica combinada, que é simultaneamente óptica e elétrica.
O experimento envolveu um único átomo de érbio - um elemento de terras raras usado em circuitos de telecomunicações - incorporado em silício.
"Nós temos o melhor de dois mundos com a nossa combinação de um sistema elétrico e óptico. Esta é uma técnica revolucionária, e as pessoas tinham dúvidas se era possível. Este é o primeiro passo para uma internet quântica global," disse o professor Sven Rogge, da Universidade de Nova Gales do Sul.
"Usar a luz para transferir informação no estado quântico é mais fácil do que fazê-lo eletricamente. Em última análise, isso vai permitir estabelecer comunicações quânticas por longas distâncias," disse o principal autor do estudo, Yin Chunming.
Os pesquisadores se referem a uma "internet quântica" como a interligação segura entre computadores, por meio de comunicações criptografadas por meio da chamada criptografia quântica.
Vacâncias de nitrogênio
Christopher Yale e seus colegas da Universidade de Santa Bárbara, nos Estados Unidos, fizeram quase a mesma coisa, mas usando uma técnica estritamente óptica.
E eles trabalharam também com um tipo diferente de qubit, chamado vacância de nitrogênio.
Esse "defeito" - do tamanho de um átomo - no interior do diamante funciona como um qubit para a construção de processadores quânticos.
"Em contraste com a eletrônica convencional, desenvolvemos um esquema totalmente óptico para controlar bits quânticos individuais em semicondutores usando pulsos de luz. Isto oferece uma oportunidade interessante para o processamento e o transporte de informações quânticas com chips fotônicos," disse o Dr. David Awschalom, coordenador da equipe.
O controle totalmente óptico dá uma maior versatilidade à manipulação das vacâncias de nitrogênio em relação aos métodos convencionais, que usam campos de micro-ondas, dependentes de propriedades específicas do "defeito".
Embora as vacâncias de nitrogênio no diamante formem qubits promissores, os pesquisadores afirmam que os diamantes são difíceis de projetar e cultivar em laboratório para terem os "defeitos" cuidadosamente planejados.
A nova técnica totalmente óptica, afirmam eles, vai permitir a exploração de sistemas quânticos em outros materiais, mais fáceis de lidar, sobretudo o silício.