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Astrônomos detectam matéria à beira de um buraco negro

Com informações do ESO - 01/11/2018

Astrônomos detectam matéria no limite de um buraco negro
Bolsões de gás deslocando-se a cerca de 30% da velocidade da luz em uma órbita circular quase no horizonte de eventos do buraco negro, o que corresponde à primeira vez que se observa matéria orbitando próximo do ponto de não retorno.
[Imagem: ESO/Gravity Consortium/L. Calçada]

Matéria no horizonte de eventos

Com o auxílio de um instrumento extremamente sensível instalado no telescópio VLT, no Chile, uma equipe internacional de astrônomos acredita ter obtido a confirmação de que existe de fato um buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea.

As observações mostram nós de gás deslocando-se a velocidades de cerca de 30% da velocidade da luz, seguindo uma órbita circular quase no horizonte de eventos do buraco negro, o que pode indicar a primeira observação já feita de matéria orbitando próximo do ponto de não-retorno de um buraco negro.

Os dados consistem em clarões de radiação infravermelha emitidos pelo disco de acreção que rodeia o Sagitário A*, o gigantesco buraco negro situado no coração da Via Láctea. Segundo os astrônomos, esses clarões confirmam que o objeto que se esconde no centro da nossa Galáxia é de fato um buraco negro supermassivo.

Os clarões têm origem no material que está orbitando perto do horizonte de eventos. Apesar de a matéria que compõe o disco de acreção - o cinturão de gás que rodeia o Sagitário A* e que se desloca a velocidades relativísticas - orbitar o buraco negro de forma estável, qualquer material que se aproxime demais é puxado para além do horizonte de eventos. O ponto mais próximo de um buraco negro onde a matéria pode orbitar sem ser puxada de forma definitiva para o seu interior é chamada órbita estável mais interior e foi nesta zona que tiveram origem os clarões observados.

"É incrível poder realmente testemunhar material orbitando um buraco negro a uma velocidade de 30% da velocidade da luz. A extrema sensibilidade do GRAVITY nos permitiu observar os processos de acreção em tempo real com um detalhe sem precedentes," disse Oliver Pfuhl, do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre.

Telescópio virtual

O instrumento GRAVITY, que tornou possível esta observação, combina a luz coletada por quatro telescópios, criando assim um super-telescópio virtual de 130 metros de diâmetro, que foi utilizado para investigar a natureza do Sagitário A*.

Um outro telescópio virtual, chamado Telescópio Horizonte de Eventos (EHT: Event Horizon Telescope), está atualmente trabalhando na tentativa de fazer a primeira foto do buraco negro Sagitário A*.

Bibliografia:

Artigo: Detection of Orbital Motions Near the Last Stable Circular Orbit of the Massive Black Hole SgrA*
Autores: R. Abuter et al. - Colaboração GRAVITY
Revista: Astronomy & Astrophysics
Vol.: 618 (2018) L10
DOI: 10.1051/0004-6361/201834294
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