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Astrônomos mostram como é um buraco negro engolindo uma estrela

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/09/2021

Astrônomos mostram como é um buraco negro engolindo uma estrela
Esta ilustração mostra um fluxo brilhante de material de uma estrela, despedaçada enquanto era devorada por um buraco negro supermassivo.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech]

Buraco negro intermediário

Astrônomos usaram as teorias mais refinadas e os melhores dados observacionais para construir as imagens que veríamos se pudéssemos assistir a um buraco negro engolindo uma estrela.

Quando esses eventos colossais ocorrem eles produzem o que os astrônomos chamam de "evento de perturbação de marés", o que de fato destroça a estrela.

A destruição da estrela é acompanhada por uma explosão de radiação que pode ofuscar a luz combinada de todas as estrelas na galáxia hospedeira do buraco negro por meses e até anos.

Sixiang Wen e seus colegas da Universidade do Arizona, nos EUA, usaram os raios X emitidos por um evento de perturbação de maré conhecido como J2150 para fazer as primeiras medições da massa e da rotação desse buraco negro que é de um tipo muito especial - um buraco negro de massa intermediária - que até recentemente muitos astrônomos consideravam de "existência impossível".

Analisando os dados e comparando-os com modelos teóricos sofisticados, os astrônomos mostraram que a explosão que gerou os raios X realmente se originou de um encontro entre uma estrela e um buraco negro de massa intermediária, que pesa cerca de 10.000 vezes a massa do Sol - isso é bem pouco para um buraco negro.

"O fato de que fomos capazes de capturar este buraco negro enquanto ele estava devorando uma estrela oferece uma oportunidade notável de observar o que de outra forma seria invisível," disse a professora Ann Zabludoff. "Além disso, analisando a erupção, fomos capazes de entender melhor essa categoria indescritível de buracos negros, que pode muito bem ser responsável pela maioria dos buracos negros no centro das galáxias."

Astrônomos mostram como é um buraco negro engolindo uma estrela
Enormes quantidades de energia são liberadas, causando uma perturbação de maré que pode ofuscar a galáxia inteira.
[Imagem: Goddard Space Flight Center/Chris Smith (USRA/GESTAR)]

Bósons ultraleves

Ainda mais entusiasmante, de acordo com Zabludoff, foi a medição da rotação do J2150 que o grupo conseguiu fazer: A medição da velocidade de giro contém pistas de como os buracos negros crescem e dá informações importantes relativas à física de partículas, em especial sobre os chamados bósons ultraleves, que são considerados candidatos para "átomos da matéria escura".

"Se essas partículas existem e têm massas em um determinado intervalo, elas impedirão que um buraco negro de massa intermediária tenha um giro rápido," explicou Nicholas Stone, membro da equipe. "Ainda assim, o buraco negro do J2150 está girando rápido. Portanto, nossa medição de giro exclui uma ampla classe de teorias de bóson ultraleves, mostrando o valor dos buracos negros como laboratórios extraterrestres para a física de partículas."

Bibliografia:

Artigo: Mass, Spin, and Ultralight Boson Constraints from the Intermediate-mass Black Hole in the Tidal Disruption Event 3XMM J215022.4-055108
Autores: Sixiang Wen, Peter G. Jonker, Nicholas C. Stone, Ann I. Zabludoff
Revista: The Astrophysical Journal
DOI: 10.3847/1538-4357/ac00b5
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