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Asteroides recebem nomes de pesquisadores brasileiros

Com informações da Agência Fapesp - 03/05/2017

Asteroides recebem nomes de pesquisadores brasileiros
Órbita do asteroide Valeriocarruba.
[Imagem: Minor Planet Center]

Homenagem

Três astrônomos brasileiros tiveram seus nomes usados para batizar três asteroides do cinturão central.

A homenagem, feita pela União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês), foi anunciada durante o congresso Asteroid, Comets, and Meteors, realizado no Uruguai.

Valério Carruba e o casal Silvia Winter e Othon Winter são professores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Guaratinguetá (SP).

O asteroide 10741 recebeu o nome de Valeriocarruba; o asteroide 10696 recebeu o nome de Giuliattiwinter e o asteroide 10697 recebeu o nome de Othonwinter.

Asteroides com nomes de brasileiros

A divulgação dos novos nomes dos asteroides foi feita no jantar de encerramento do congresso.

"Parecia um carnaval, quando falavam o nome de alguém que estava no jantar, os presentes gritavam em comemoração. Anunciaram primeiro o nome do Valerio Carruba e depois foi o da Silvia e o meu juntos. Nós somos casados, os asteroides são sequenciais e o anúncio foi feito de modo diferente dos outros. Fizeram também um comentário romântico de que estaríamos para sempre juntos", disse Othon Winter, homenageado pelos estudos em dinâmica orbital com aplicações a estabilidade de sistemas de asteroides múltiplos.

Carruba foi homenageado pelos estudos sobre famílias de asteroides. O asteroide (10741) Valeriocarruba foi descoberto em 1988 pelo astrônomo norte-americano Bobby Bus.

"Ele está bem longe daqui, no cinturão central, depois da ressonância com Júpiter 3/1. Não é membro da Família Maria [grupo que orbita o Sol com distâncias entre cerca de 2,5 e 2,706 unidades astronômicas", mas quase: dependendo de como se define a Família Maria ele pode entrar ou não", disse Carruba.

Batismo de asteroides

Cabe à União Astronômica Internacional regular a nomeação de asteroides. Os primeiros receberam nomes mitológicos como Ceres, Juno, Pallas e Vesta. Atualmente, as opções se ampliaram, permitindo, por exemplo, homenagear cientistas de destaque, mas impedindo que as nomeações façam referência a atividades políticas ou militares recentes.

Outra premissa é que o asteroide ganhe nome somente depois de ter sido observado por um período suficiente para que a órbita seja determinada com grau de precisão. E isso pode levar anos. Mas, quando ocorre, o corpo celeste recebe uma designação permanente, com número emitido em sequência numérica.

No momento, há quase um milhão de asteroides novos para serem nomeados pela IAU. A cada três anos, na conferência Asteroid, Comets, and Meteors, pesquisadores da área às vezes são homenageados, batizando com seu nome alguns desses objetos.

A escolha dos asteroides do casal Winter não foi apenas sequencial: eles estão muito próximos no espaço. Ambos ficam também no cinturão central. O (10967) Othonwinter tem órbita inclinada em 15 graus e razoavelmente excêntrica. Para dar a volta ao redor do Sol este asteroide leva cerca de 4,3 anos. Já o (10966) Giuliattiwinter está a 2,32 unidades astronômicas do Sol e leva aproximadamente 3,5 anos para dar uma volta completa ao redor dele.

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