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Espaço

Asteroide Lutécia é um fóssil cósmico

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/10/2011

Asteroide Lutécia é um fóssil cósmico
O Lutécia é um pequeno mundo, com crateras e montanhas. Os cientistas conseguiram identificar sete regiões morfologicamente distintas em sua superfície.
[Imagem: ESA/OSIRIS Team/MPS/UPD/LAM/IAA/RSSD/INTA/UPM/DASP/IDA]

Fóssil cósmico

O asteroide Lutécia (21 Lutetia) é um verdadeiro fóssil cósmico: várias áreas da sua superfície têm cerca de 3,6 bilhões de anos, sendo, portanto, algumas das mais antigas do Sistema Solar.

E sua altíssima densidade - superior à do granito - significa que o Lutécia é um planetesimal, o primeiro estágio de desenvolvimento no caminho de se tornar um planeta.

Estas descobertas foram feitas por uma equipe liderada por astrônomos do Instituto Max Planck, na Alemanha, depois de analisarem as imagens coletas pela sonda espacial Rosetta, que visitou o asteroide Lutécia em 2010.

Planetesimal e proto-planeta

Cerca de 4,5 bilhões de anos atrás, o Sistema Solar era totalmente diferente do que é hoje: em vez dos oito planetas grandes, havia inicialmente uma nuvem e, mais tarde, um disco de gás e poeira que orbitava o Sol recém-formado.

Esta matéria gradualmente se amalgamou para formar nódulos de formatos irregulares, os chamados planetesimais.

Alguns deles se fundiram até formar rochas ainda maiores, os proto-planetas - embora eles ainda fossem menores do que os planetas de hoje, eles já eram esféricos e tinham uma estrutura interna em camadas.

Mas o espaço é um lugar dinâmico: a maioria dos planetesimais e proto-planetas que não se desenvolverem em planetas se fragmentaram novamente, em consequência de colisões com os planetas e suas luas.

"O Lutetia é uma sorte para nós," diz Holger Sierks, principal autor do estudo. "Só um número muito pequeno de corpos celestes ficou em tal fase precoce de desenvolvimento. Eles nos permitem lançar um olhar para o passado."

Mais denso que o granito

Um outro exemplo é o asteroide Vesta, que a sonda espacial Dawn (Aurora), da NASA, está observando desde julho deste ano. Os pesquisadores conjecturam que o Vesta seja um dos poucos proto-planetas remanescentes.

O Lutécia está permitindo que os cientistas olhem ainda mais para trás - para as próprias origens do sistema solar.

Seu pequeno tamanho, sua forma irregular e, acima de tudo, a sua elevada densidade, apontam para o fato de que ele é de fato um planetesimal.

"A partir das imagens, pudemos agora determinar o volume do Lutécia com muita precisão e, em seguida, a sua densidade", explica Sierks.

Com 3,4 gramas por centímetro cúbico, o planetesimal é consideravelmente mais denso do que o granito.

Bibliografia:

Artigo: Images of Asteroid 21 Lutetia: A Remnant Planetesimal from the Early Solar System
Autores: H. Sierks et al.
Revista: Science
Data: 28 October 2011
Vol.: 334 no. 6055 pp. 487-490
DOI: 10.1126/science.1207325

Artigo: Asteroid 21 Lutetia: Low Mass, High Density
Autores: M. Pätzold et al.
Revista: Science
Data: 28 October 2011
Vol.: 334 no. 6055 pp. 491-492
DOI: 10.1126/science.1209389
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