Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/11/2013
Cometa ou asteroide?
No dia 27 de Agosto passado, Marco Micheli e seus colegas do telescópio Pan-STARRS (Mauna Kea, Havaí) descobriram o que deveria ser um asteroide.
Mas não era um asteroide comum: o P/2013 P5 se parecia mais com um cometa giratório, emitindo jatos de alguma coisa para o espaço como se fosse um irrigador de jardim.
Os astrônomos responsáveis pelo Hubble logo se interessaram pela descoberta e, menos de um mês depois, o telescópio espacial já estava apontado para o asteroide/cometa.
Embora o corpo celeste esteja em uma órbita de asteroides, ele se parece em tudo com um cometa, com longas caudas formadas por alguma coisa - eventualmente poeira - ejetada para o espaço.
Como ninguém havia visto nada parecido antes, os astrônomos continuam coçando a cabeça para encontrar uma explicação adequada para o seu corpo celeste misterioso.
A confusão é tamanha que a NASA emitiu nota chamando o objeto de asteroide, mas os astrônomos publicaram seu artigo científico chamando-o de cometa.
Asteroide com cauda
Asteroides normalmente aparecem nos telescópios como pequenos pontos de luz. Mas o P/2013 P5 tem pelo menos seis caudas de cometa, que se irradiam a partir dele como os raios de uma roda.
As múltiplas caudas foram reveladas pelas imagens do Hubble tiradas em 10 de setembro. E, quando Hubble olhou de novo para o objeto no dia 23 de setembro, a sua aparência já tinha mudado totalmente.
"Nós ficamos literalmente embasbacados quando vimos isso," disse David Jewitt, da Universidade da Califórnia em Los Angeles. "Ainda mais surpreendente, as suas estruturas de cauda mudaram dramaticamente em apenas 13 dias conforme ele cuspia poeira. Isso também nos pegou de surpresa. É difícil de acreditar que estamos olhando para um asteroide."
Teorias são bem-vindas
A equipe descartou um impacto de outro asteroide porque uma grande quantidade do material que forma as caudas do objeto teria sido lançada ao espaço de uma só vez, enquanto o P5 ejeta intermitentemente durante um período longo.
A expectativa é que novas observações mostrem se o material emitido pelo asteroide emerge no plano equatorial, o que seria um indício bastante forte de uma quebra rotacional - um colapso de um asteroide que estivesse girando rápido demais.
Por isso, os astrônomos estão se preparando também para tentar medir a taxa de rotação do P5.