Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/08/2020
Asteroide furtivo
Um asteroide que passou raspando pela Terra bateu o recorde de aproximação do nosso planeta.
E o pior foi que ninguém notou: Astrônomos do telescópio do Monte Palomar só detectaram o asteroide seis horas depois que ele já havia passado.
Em seu ponto de maior aproximação, o asteroide passou a 2.950 km de altitude, o que é o registro de maior proximidade já feito desde o início das observações, feitas pela NASA.
E não foi por falha técnica que o asteroide, agora batizado de 2020 QG, passou despercebido, mas por uma conjunção infeliz de coincidências: por assim dizer, ele estava no lugar errado, na hora errada.
"O asteroide se aproximou sem ser detectado porque veio da direção do Sol. Nós não o vimos chegando," confirmou Paul Chodas, diretor do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra, da NASA.
E não há muito o que se possa fazer para evitar casos semelhantes, uma vez que a busca por esses objetos ameaçadores é feita por telescópios ópticos, o que significa que as observações são feitas principalmente à noite.
"A ideia é que os descubramos em uma de suas passagens anteriores por nosso planeta, e então façamos previsões com anos ou décadas de antecedência para ver se eles têm alguma possibilidade de impactar," disse Chodas.
Estrondo
O corpo celeste passou sobre o hemisfério sul da Terra, a leste da África em seu ponto de maior aproximação.
Ele passou a uma velocidade de 12,4 quilômetros por segundo (km/s), o que dá quase 45.000 km/h. Essa velocidade explica porque o asteroide passou tão perto sem ser puxado definitivamente pela gravidade da Terra.
Se tivesse colidido, o asteroide viraria notícia, mas não causaria estragos catastróficos.
Dados de radar indicam que o 2020 QG tem entre 2 e 5,5 metros de diâmetro, o que significa que ele provavelmente explodiria ainda na atmosfera, sem causar grandes estragos no solo além de um enorme estrondo.