Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/03/2017
Dados imateriais
Duas especialistas em ciência da informação italianas estão propondo um novo conceito para o armazenamento remoto e distribuído de documentos que pode manter todos os benefícios da computação em nuvem, mas sem os problemas de segurança envolvidos em colocar seus documentos sensíveis em um único servidor remoto.
Em lugar do armazenamento na "nuvem", é melhor armazenar os arquivos na "névoa", propõem Rosario Culmone e Maria Concetta De Vivo, da Universidade de Camerino.
Elas lembram que os aspectos tecnológicos e regulatórios - a legislação de cada país - da computação em nuvem oferecem oportunidades e riscos. Ter seus arquivos hospedados em servidores remotos dispensa o investimento em hardware e torna os arquivos acessíveis aos usuários remotos de forma mais eficiente. No entanto, há lacunas na segurança e na acessibilidade dos arquivos na nuvem.
Foi por isso que elas se voltaram para outra metáfora meteorológica - a névoa, ou neblina - para propor um conceito que torna qualquer arquivo inteiramente imaterial, em vez de localizá-lo em um único servidor. É essa "diluição" dos dados que diminui a densidade da nuvem, tornando-a uma mera neblina.
Armazenamento em névoa
No armazenamento em névoa, os arquivos são distribuídos em uma rede pública ou privada e, portanto, não têm um endereço único. Desta forma, não há um único servidor que possa ser alvo para os hackers e, portanto, apenas os usuários legítimos podem acessá-los. A computação em névoa poderia contornar os problemas de segurança e questões legais, colocando os arquivos fora do alcance dos bisbilhoteiros - e também das autoridades.
"Nossa proposta é baseada nesta ideia de um serviço que torna a informação completamente imaterial, no sentido de que, por um determinado período de tempo, não há um lugar na Terra que contenha as informações completas em sua totalidade," escreve a dupla.
Elas explicam que a solução é baseada em um serviço distribuído - a névoa - que usa protocolos de rede padrão de uma maneira não convencional, explorando "buffers virtuais" em roteadores da internet para deslocar pacotes de dados continuamente, sem que um arquivo chegue a ser gravado em sua totalidade em um único servidor.
É como se você estivesse enviando uma carta com um mecanismo de rastreamento de correspondência, mas com um endereço incompleto que simplesmente a envia de uma agência dos correios para outra, seguidamente, nunca sendo entregue.