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Telescópio capta uma verdadeira aquarela cósmica

Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/07/2010

Telescópio capta uma verdadeira aquarela cósmica
A nebulosidade azul clara observada nesta imagem deve-se principalmente à reflexão da radiação estelar por pequenas partículas de poeira.
[Imagem: ESO]

Coroa Austral

Esta imagem mostra uma zona do céu que cobre mais ou menos a área da Lua Cheia, o equivalente a cerca de quatro anos-luz de uma extremidade a outra. O complexo cósmico como um todo leva o nome da estrela Coroa Austral R, que se situa no centro da imagem.

A estrela Coroa Austral R situa-se na zona central de uma região de formação estelar e encontra-se rodeada por uma delicada nebulosa de reflexão azulada, inserida dentro de uma gigantesca nuvem de poeira.

Esta é uma das várias estrelas nesta região, pertencendo à classe das estrelas muito jovens que variam em luminosidade e se encontram ainda rodeadas pelas nuvens de gás e poeira, a partir das quais se formaram.

A radiação intensa emitida por estas estrelas jovens quentes interage com o gás que as rodeia e, ou é refletido ou é reemitido em um comprimento de onda diferente.

Aquarela cósmica

Estes processos complexos, determinados pela física do meio interestelar e pelas propriedades das estrelas, são responsáveis pelas magníficas cores das nebulosas.

A nebulosidade azul clara observada nesta imagem deve-se principalmente à reflexão da radiação estelar por pequenas partículas de poeira.

As estrelas jovens deste objeto cósmico são semelhantes em massa ao Sol e não emitem radiação ultravioleta suficiente para ionizar uma fração substancial do hidrogênio ao seu redor, o que significa que a nuvem não brilha com a cor avermelhada característica, observada em tantas regiões de formação estelar.

A nebulosa de reflexão encontra-se inserida no interior de uma enorme nuvem de poeira, que é aqui observada com grande detalhe. As cores sutis e as texturas variadas das nuvens de poeira transformam esta imagem numa verdadeira pintura impressionista.

Radiação infravermelha

Uma estreita faixa escura proeminente atravessa a imagem do centro até o lado inferior esquerdo. Nesta região, a radiação visível emitida pelas estrelas em formação no interior da nuvem é totalmente absorvida pela poeira.

Estes objetos poderão ser detectados apenas por meio de observações feitas em comprimentos de onda maiores, utilizando câmeras que permitem detectar a radiação infravermelha.

A própria Coroa Austral R não é visível a olho nu, mas a pequenina constelação em forma de tiara onde a estrela se situa é facilmente observável a partir de locais escuros, devido à sua proximidade no céu com a grande constelação de Sagitário e das ricas nuvens de estrelas na direção do centro da nossa própria galáxia, a Via Láctea.

Regiões de formação estelar

Esta bela imagem da região que rodeia a estrela Coroa Austral R foi foi obtida com o instrumento Wide Field Imager (WFI), no Observatório de La Silla do ESO, no Chile.

A imagem revela novos detalhes surpreendentes desta região do céu.

A estrela Coroa Austral R situa-se numa das mais próximas e mais espectaculares regiões de formação estelar conhecidas, a aproximadamente 420 anos-luz de distância, na direção da pequena constelação da Coroa Austral.

A fotografia foi obtida pelo instrumento Wide Field Imager (WFI) montado no telescópio MPG/ESO de 2.2 metros no Observatório de La Silla, no Chile. Esta imagem resulta da combinação de doze imagens diferentes obtidas com os filtros vermelho, verde e azul.

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