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Alta do dólar pode viabilizar inovação no Brasil

Com informações da Agência Fapesp - 18/09/2015


Desindustrialização

A atual crise econômica pela qual o Brasil passa atualmente apresenta oportunidades para o desenvolvimento de produtos e áreas nas quais o país apresenta vantagens competitivas. E isso pode favorecer os investimentos internos em ciência e tecnologia.

A avaliação foi feita por José Goldemberg, novo presidente da Fapesp, durante um painel sobre a educação e a ciência no Brasil no seminário "Saídas para a crise", realizado com o objetivo de buscar alternativas para melhorar políticas públicas no país.

Goldemberg avalia que a cotação do dólar em torno de R$ 2 no Brasil nos últimos anos desencorajou a produção local e levou a indústria nacional, que representava 18% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro há dez anos, diminuir sua participação para 9% atualmente porque é mais barato comprar produtos da China do que fabricá-los internamente.

O fato de a cotação da moeda norte-americana no Brasil ter subido nos últimos meses pode dar um novo impulso para o desenvolvimento de produtos e da ciência e tecnologia no país, estimou.

"A ciência e tecnologia não dependem apenas de boas ideias, mas também da situação econômica do país. A subida do dólar, agora, é favorável para o desenvolvimento da ciência e tecnologia localmente", disse Goldemberg.

Automóveis elétricos

Na avaliação de Goldemberg, uma das áreas que o Brasil apresenta vantagens competitivas em relação a outros países é a de automóveis elétricos.

Isso porque o país tem grande disponibilidade de energia proveniente de hidrelétricas, ao contrário de outras nações onde a energia elétrica é produzida a partir de combustíveis fósseis, comparou.

"Como os combustíveis fósseis estão com prazo de validade limitado, por diversas razões - incluindo o aquecimento global -, não vão ser países que produzem eletricidade a partir do carvão que vão viabilizar os automóveis elétricos. Mas o Brasil pode fazer isso, porque tem energia hidrelétrica", avaliou Goldemberg.

"Assim, faz sentido trabalhar no desenvolvimento de automóveis elétricos no Brasil, a despeito de eu não achar uma ideia tão brilhante estimular a produção deles como uma alternativa aos automóveis atuais. Mas é um problema com o qual podemos contribuir", afirmou.

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