Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/01/2011
Avançar na área de formação de recursos humanos e nos setores de pesquisas e inovação é um dos desafios do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
A indicação de Mercadante para a pasta levantou desconfiança no setor científico, que acredita ser difícil equipar o desempenho de Sérgio Rezende.
Mercadante é economista e senador pelo Partido dos Trabalhadores (PT), e substitui o físico Sergio Rezende, que volta à carreira acadêmica.
Mundo da ciência e da tecnologia
Em seu pronunciamento, Mercadante disse que será responsável por um ministério fundamental para o desenvolvimento da economia e de produtos competitivos. Frisou que pretende investir ainda mais em cooperação internacional e sustentabilidade.
"Temos que olhar esses desafios como oportunidades para o País. Temos uma matriz energética limpa e a maior biodiversidade do Planeta", disse. De acordo com ele, investir em inovação é contribuir para geração de emprego e qualidade de vida da população.
Para o ministro, o Brasil está muito bem posicionado no aspecto ambiental por ter uma matriz energética baseada em hidroelétricas e na exploração de biomassas, como e etanol e o biodiesel, que podem se converter em commodities mundiais. "Temos ainda terras férteis e água em abundância, recurso estratégico que contribui para que o Brasil seja hoje o segundo maior produtor e exportador de alimentos no mundo".
Sobre o desafio de ampliar cada vez mais a participação da ciência, da tecnologia e da inovação no Produto Interno Bruto (PIB), Mercadante disse que a meta é aumentar esse percentual de 1,25% para 2,5%.
"O mundo da ciência e da tecnologia é estratégico para que possamos crescer com qualidade, gerando maior valor agregado aos nossos produtos e serviços, e em consequência, a competitividade global da economia, e acentuando o atual processo de inclusão social".
Inclusão digital
Em sua fala, o novo ministro destacou ainda a inclusão digital como mecanismo de disseminação da ciência entre os jovens. Em sua opinião, a banda larga nas escolas públicas e na área rural reduz a enorme discrepância no acesso às tecnologias de informação. "Não resolveremos o nosso ainda grande apartheid social sem resolver o iníquo e perverso apartheid digital que priva a maior parte dos nossos alunos e professores do acesso ao século 21".
Otimista com o discurso do ministro, o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antônio Raupp, disse que a área de ciência e tecnologia teve muitos avanços nos últimos anos com a execução do Plano de Ação em Ciência e Tecnologia (PACTI). Ele parabenizou a gestão do ministro Sergio Rezende e do presidente Lula e se diz confiante na consolidação do processo.
"Abre grandes perspectivas ouvindo o discurso do ministro Mercadante dizendo que vai seguir essa base e ampliá-la, considerando o Livro Azul (que apresenta as propostas extraídas da 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada em maio último). Isso significa ampliação, continuidade e expansão do que foi feito até agora", comentou Raupp.