Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/05/2017
Comida que muda de forma
Você já deve ter comido macarrão nos mais diversos formatos, do tradicional espaguete ao enrolado talharim, passando por tubos, conchas, parafusos e pelas inesquecíveis sopas de letrinhas.
Então, a princípio poderá não se impressionar muito com a alegação feita por Wen Wang e seus colegas do MIT, nos EUA, de que criaram comidas que assumem formatos 3D.
O detalhe é que, ao contrário dos diversos tipos de macarrão, que são fabricados já em seus formatos definitivos, esses alimentos podem ser produzidos, embalados e transportados na forma de folhas planas, economizando embalagens, frete e espaço nas prateleiras.
Para que eles "explodam" em seus formatos definitivos, basta colocá-los na água.
"Nós fizemos alguns cálculos simples, para o macarrão, por exemplo, e mesmo quando você o empacota perfeitamente, você ainda acabará com 67% do volume em ar. Acreditamos que, no futuro, nosso alimento morfológico possa ser embalado liso e economizar espaço," disse Wang.
Mas também é possível usar essas folhas em uma verdadeira "arte culinária", montando objetos e desenhos criativos, que assumem suas formas definitivas no preparo.
Alimentos programáveis
O segredo desses alimentos transformers é uma bactéria (Bacillus natto) usada na culinária japonesa para fazer um disco conhecido como nattô. Em resposta à umidade, a bactéria muda de forma, se contraindo ou se expandindo. Um pouco de gelatina, que se expande naturalmente ao absorver água, compôs o restante da receita.
Faltava então programar o formato 3D da comida, o que foi feito aplicando tiras de celulose comestível sobre a camada de gelatina, exatamente nos pontos onde as dobras devem surgir. As tiras de celulose absorvem naturalmente muito pouca água, funcionando como uma barreira que controla a quantidade de água à qual a camada superior de gelatina é exposta. Aplicando a celulose em vários padrões sobre a gelatina, é possível prever a resposta da estrutura à água e definir as formas que ela irá assumir.