Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/06/2011
Aviões do futuro
Recentemente, a NASA apresentou uma coleção de aviões-conceito do futuro.
Agora, a Airbus decidiu mostrar seus próprios projetos e sonhos, criando um conceito que prevê para o mesmo ano de 2050 um novo conceito de aviões e da aviação como um todo.
Enquanto o avião-conceito mostra como materiais avançados poderão criar uma aeronave de alto desempenho com um visual bem tradicional, a cabine-conceito mostra algo totalmente diferente dos aviões atuais.
Todos os futurismos embutidos no projeto parecem mostrar uma tendência de retorno a um passado onde a própria viagem de avião era um deleite - algo mais parecido com os cruzeiros marítimos atuais.
Veja, a seguir, algumas das propostas apresentadas pela empresa.
Estruturas biônicas
As aeronaves do futuro poderão ser construídas usando uma estrutura biônica que imita a estrutura óssea das aves.
Os ossos são ao mesmo tempo leves e fortes porque seu interior poroso exerce tensão apenas quando necessário.
Isso eliminando o uso de materiais "desnecessários", reduzindo o peso do avião e aumentando a área útil.
Usando estruturas biônicas, a fuselagem terá a resistência necessária, mas poderá também aproveitar o espaço extra garantido pela economia de materiais.
Isto não só reduz o peso da aeronave e seu consumo de combustível, como também torna possível adicionar recursos, como janelas panorâmicas e portas de grandes dimensões, para facilitar o embarque e desembarque.
Membrana de biopolímeros
A estrutura biônico da cabine será revestida com uma membrana de biopolímero, que controla a entra de luz natural, a umidade e a temperatura, proporcionando opacidade ou transparência ajustáveis pelos usuários, eliminando a necessidade das janelas tradicionais.
Essa estrutura inteligente tornará o avião mais leve e diminuirá o consumo de combustível - além de dar aos passageiros uma vista de 360 graus do céu, permitindo que o turismo comece logo depois da decolagem e continue durante toda a viagem.
Materiais Compósitos
Os materiais no futuro provavelmente não serão os mesmos materiais que vemos e usamos hoje.
A tônica estará nos materiais compósitos, novos tipos de matéria feitos de uma combinação de diferentes materiais.
Embora já existam inúmeros materiais compósitos hoje, não tão futuristas, os engenheiros acreditam que será possível fabricar materiais não exatamente sólidos - uma composição de fluidos e gases, por exemplo.
O Boeing 787, por exemplo, é conhecido como avião de plástico devido ao grande uso de polímeros e compósitos em sua estrutura.
Redes neurais integradas
O sistema elétrico do interior do avião pretende ser comparável ao cérebro humano, formando por uma rede inteligente distribuída por toda a cabine.
Esta rede estará embutida nos materiais estruturais, tornando as centenas de quilômetros de cabos e fios encontrados em aviões hoje uma coisa do passado.
Conhecidos como materiais inteligentes, esses materiais estruturais poderão executar inúmeras funções, por exemplo, reconhecendo o passageiro, de modo que você estará também, de certa forma, conectado ao avião.
Materiais que mudam de forma
Materiais que mudam de forma e retornam à sua forma inicial, crescendo como as folhas de uma planta, estão se mostrando uma possibilidade muito real.
Esses materiais flexíveis e deformáveis podem ser metais ou polímeros que têm uma "memória". Ou podem ser cobertos com uma "pele" que induza a mudança de forma.
A memória é criada usando sensores e atuadores que dão aos materiais um certo nível de inteligência artificial, permitindo a sua adaptação às necessidades dos passageiros.
Materiais auto-suficientes
Os materiais usados no avião do futuro serão autolimpantes.
Pense nas folhas de uma planta de lótus, onde a água escorre em gotículas, sem molhar a folha e carregando consigo a sujeira que se deposita sobre as folhas.
Os primeiros revestimentos inspirados nesse "efeito lótus" já começaram a ser utilizados nas superfícies dos banheiros dos aviões.
No futuro, eles serão encontrados no tecido dos bancos e nos tapetes.
Esses materiais inteligentes poderão também ser capazes de se auto-consertar - as tintas poderão selar sozinhos qualquer risco que surja, assim como a pele humana se cicatriza.
Impressão em 3D
Alguns dos elementos do interior do avião poderão ser criados usando a chamada fabricação aditiva, que funciona como a impressão 3D, usadas nas máquinas de prototipagem rápida.
O processo imprime camadas sucessivas muito finas de material em cima umas das outras, até as camadas formarem um objeto sólido, usando materiais que vão de ligas de titânio de alta qualidade a vidro e concreto.
Além de tornar mais simples a produção de formatos muito complexos, esta técnica de fabricação reduz os resíduos de material em relação ao corte de blocos maiores.
Embora esta técnica já esteja sendo testada hoje para fabricação de peças pequenas para os aviões, no futuro seu uso poderá ser generalizado - não só na indústria, mas também nas residências.
Tecnologia holográfica
Esqueça as pequenas telas dos aviões: cenas que mostram o destino, uma cidade ou uma floresta tropical, assim como as informações sobre o voo, serão projetadas nas paredes do avião.
Cabines de primeira classe poderão ter o "papel de parede" de sua preferência, que poderá ser a imagem do seu próprio quarto.
Ou, para os mais ocupados, as imagens ao vivo de uma conferência de negócios.
Alguns futurólogos preveem que a tecnologia holográfica avançará a tal ponto que será difícil distinguir o mundo virtual do mundo real.
Colheita de energia
Se você acha que a ideia de estar conectado ao avião é um pouco forçada, espere até ver uma das chamadas soluções inteligentes de energia que a Airbus espera adotar nos seus aviões.
Os bancos terão materiais termoelétricos capazes de captar o calor do seu corpo e gerar energia, alimentando seu tablet ou tocador de MP3.
O excesso de energia se juntará à eletricidade gerada por painéis solares transparentes, instalados em toda a superfície externa do avião, ajudando a alimentar os demais aparelhos da cabine.