Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/03/2013
Origem dos raios cósmicos
Há poucos dias, astrofísicos anunciaram ter finalmente comprovado que os raios cósmicos se originam nas distantes e retumbantes supernovas.
Enquanto isso, a sonda espacial Cassini cruzava por acaso com algo que parece ser uma lufada especialmente forte de vento solar atingindo Saturno.
Durante esse evento, os instrumentos da sonda detectaram partículas sendo aceleradas a energia ultra-altas, similares à aceleração que acontece ao redor das distantes e poderosas supernovas.
Isso é uma ótima notícia - já que não possuímos ainda a tecnologia necessária para viajar até uma supernova, a onda de choque que se forma quando o vento solar se choca com o campo magnético de Saturno, e provavelmente Júpiter, podem se tornar um laboratório inesperado para estudar o fenômeno de geração dos raios cósmicos bem na nossa vizinhança.
LHC do espaço
Já há algum tempo os físicos sabiam da existência de aceleradores de partículas naturais no Universo.
O que não se sabia era o quanto eles podem ser eficientes - e que não precisam estar ligados a eventos raros e explosivos.
Quando atingem o campo magnético de Saturno em um determinado ângulo, as partículas do vento solar podem ser aceleradas a velocidades próximas à velocidade da luz.
Segundo os astrofísicos, essas podem ser a fontes dominantes dos raios cósmicos que permeiam toda a nossa galáxia, e que sempre foram relatados pelos astronautas como flashes de luz que eles viam mesmo quando estavam de olhos fechados.
Os raios cósmicos também foram responsáveis pela queda de pelo menos uma sonda espacial, a Phobos-Grunt.
O Universo é aqui
Os cientistas detectaram que o fenômeno é particularmente forte quando o vento solar atinge o campo magnético em um alinhamento "quasiparalelo", quando o campo magnético e a "frente" da onda de choque das partículas solares estão quase alinhados.
"A Cassini essencialmente nos deu a capacidade de estudar a natureza de um choque de supernova em nosso próprio Sistema Solar, estabelecendo uma ponte com os distantes fenômenos astrofísicos de alta energia que normalmente só são estudados remotamente," disse Adam Master, do Instituto de Ciência Espacial e Astronáutica do Japão.