Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/02/2017
Cristal líquido de fase azul
Uma equipe internacional de pesquisadores desenvolveu um novo cristal líquido de fase azul que possibilita que as telas de TV, computador, celular e outros monitores tenham três vezes mais píxeis no mesmo espaço, além de reduzir a potência necessária para fazê-las funcionar.
O novo cristal líquido já nasce otimizado para as telas de cristal líquido de campo sequencial, uma tecnologia promissora para os monitores de próxima geração que está prestes a sair dos laboratórios.
"Hoje, a tecnologia Apple Retina tem uma densidade de resolução de cerca de 500 píxeis por polegada. Com a nossa nova tecnologia é possível atingir uma densidade de 1.500 píxeis por polegada no mesmo tamanho de tela," disse Shin-Tson Wu, da Universidade Central da Flórida, que liderou a equipe.
"Isto é especialmente atrativo para os óculos de realidade virtual e para as tecnologias de realidade aumentada, que devem alcançar alta resolução em telas pequenas para apresentar imagens claras quando colocadas perto dos nossos olhos," acrescentou.
Telas de campo sequencial
Os cristais líquidos de fase azul podem ser comutados, ou controlados, cerca de 10 vezes mais rápido do que o tipo nemático usado hoje. Esse tempo de resposta - abaixo de um milésimo de segundo - permite que cada cor do LED (vermelho, verde e azul) seja enviado através do cristal líquido em diferentes momentos, eliminando a necessidade de filtros de cor - as cores do LED são trocadas tão rapidamente que nossos olhos podem integrar vermelho, verde e azul para formar o branco.
Embora o primeiro protótipo de LCD de fase azul tenha sido demonstrado pela Samsung em 2008, a tecnologia ainda não entrou em produção devido a problemas com a alta tensão de operação e o tempo de carregamento lento dos capacitores.
Para enfrentar esses problemas, a equipe combinou o novo cristal líquido com uma estrutura especial de eletrodo que melhora o desempenho, atingindo uma transmitância de luz de 74% com uma tensão de operação de 15 volts por píxel, um nível operacional compatível com produtos de consumo reais e funcionais.
"As telas coloridas de campo sequencial podem ser usadas para tornar os píxeis menores, o que é necessário para aumentar a densidade de resolução," disse Yuge Huang, que descobriu o pulo do gato para viabilizar esta tecnologia. "Isso é importante porque a densidade de resolução da tecnologia atual está quase no limite."
A equipe afirma que deverá ter um protótipo funcional da nova tela já no próximo ano.