Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/09/2001
Inspirando-se nos métodos de construção da natureza, pesquisadores da Universidade Purdue (Estados Unidos), estão usando os mesmos princípios que unem as moléculas de DNA para criar nanoestruturas que poderão um dia ser usadas para fabricar fios e outros componentes eletrônicos em escala nanoscópica.
O químico Hicham Fenniri criou moléculas capazes de encontrar-se mutuamente de maneira automática, formando tubos complexos mas muito finos. A nova técnica permitirá aos cientistas, pela primeira vez, usar a automontagem para desenvolver estruturas nanoscópicas com dimensões e propriedades químicas específicas.
As pesquisas, detalhadas no Jornal da Sociedade Americana de Química, poderão ajudar a pavimentar o caminho rumo ao desenvolvimento de novos materiais, dispositivos eletrônicos e sistemas de medicação para uso no reino da nanotecnologia.
"A beleza deste sistema é que, criando as moléculas que fazem o sistema, nós temos controle perfeito sobre cada parte do sistema", diz Fenniri, que chefiou as pesquisas. "Nós não somente determinamos como as moléculas se comportam, mas nós também podemos controlar as dimensões e as propriedades químicas dos nanotubos."
Os nanotubos desenvolvidos na Universidade de Purdue são os primeiros a utilizar o processo de automontagem capazes de produzir as microestruturas em grandes quantidades, tornando o processo mais factível de ser usado.
"A vantagem de se usar o processo de automontagem é que ele simplifica dramaticamente o trabalho", diz Fenniri. "Juntamente com seu alto rendimento - geralmente próximo de 100 por cento - o processo também é auto-corretivo, resultando em estruturas previsíveis e livres de defeitos."