Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/09/2001
Os novos monitores de vídeo de cristal líquido ainda nem se popularizaram, e já estão com os dias contados. Pesquisadores britânicos e japoneses mostraram o primeiro protótipo de um monitor de vídeo colorido, feito a partir de Polímeros Emissores de Luz, LEP, na sigla em inglês (Light-Emitting Polymers).
Ao contrário do LCD (Liquid Crystal Display: Mostrador de Cristal Líquido), hoje utilizado em notebooks e telefones celulares, o LEP oferece um grande ângulo de visão, o que significa que não é necessário estar exatamente na perpendicular em relação à tela para se enxergar confortavelmente. Além disso, o LEP dispensa iluminação traseira ("backlight"), filtros de cores e polarizadores, o que significa menores custos de produção.
O protótipo baseia-se em um polímero chamado PPV, o qual emite luz quando recebe uma tensão elétrica. O PPV contém benzeno, cujos anéis permitem que os elétrons se movam através das moléculas, dando características de semicondutor ao polímero. Este é o segredo que faz com que o PPV funcione como um LED (Light-Emitting Diode: Diodo Emissor de Luz).
A empresa japonesa Seiko Epson, tradicional fabricante de impressoras jato-de-tinta, anunciou que poderá adaptar o processo de impressão para usar o PPV como tinta. Desta forma, será possível imprimir pixels individuais de LEPs, nas cores vermelho, verde e azul, diretamente sobre uma base de silício.
As moléculas de PPV são carregadas eletrostaticamente, e espalhadas sobre a base, que possui carga oposta. Com a instalação de eletrodos, pode-se aplicar voltagens para acender cada pixel individualmente.
O protótipo mostrado é uma tela para equipamentos de mão, de 6,3 centímetros de lado, composto de 270.000 pixels, e mostrou um vídeo colorido com qualidade de TV. A empresa estima uma vida útil de 1.000 horas, para a parte mais fraca do equipamento, que são os pixels azuis. Os verdes podem durar até 30.000 horas e os vermelhos, até 100.000 horas.
Mas a empresa citou uma pesquisa feita no Japão, mostrando que os telefones celulares têm uso de cerca de 200 horas por ano; com isso, a tela duraria mais do que suficiente para aguardar até que o usuário seja seduzido por um novo modelo.