Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/09/2001
Em aterrissagens em altas velocidades, em planetas distantes que possuem atmosfera, sondas espaciais são normalmente protegidas por escudos rigidos, resistentes ao calor, enquanto sua descida é amortecida por pára-quedas para reduzir o impacto. Nos últimos anos, novas tecnologias têm sido desenvolvidas para substituir estes volumosos escudos e pára-quedas.
A nave russa Mars'96 por exemplo, lançada em Novembro de 1.996 mas que não conseguiu alcançar sua órbita, carregava dois módulos projetados para aterrissar na superfície de Marte. Para a última parte da missão, foi desenvolvido um mecanismo inflável para reentrada e descida. Os principais componentes deste sistema foram uma carapaça resistente ao calor, que funcionava também como freio aerodinâmico, um material inflável armazenado de forma altamente compactada e um sistema de pressurização
Esta tecnologia é agora considerada aplicável para outros cenários de reentrada, tais como recuperação de cargas da Estação Espacial Internacional, aterrissagens em outros planetas, para missões científicas e pesquisa atmosférica.
Uma missão de testes irá avaliar, nos dias 9 e 10 de Fevereiro, o desempenho desta nova tecnologia antes que ela seja oferecida para potenciais usuários. Um foguete russo Soyuz/Fregat, lançado da base de Baikonur, irá permitir um vôo de um veículo de testes, o qual é equipado com um escudo inflável e um sensor desenvolvidos pela DaimlerChrysler Aerospace (DASA). Após quatro voltas ao redor da Terra, o veículo será empurrado pelo estágio superior do foguete para reentrar na atmosfera a cerca de 1800 km a noroeste do local do lançamento. Durante a missão, vários parâmetros técnicos, tais como pressão, temperatura e desaceleração serão monitorados e será observado o enchimento da estrutura de reentrada e descida.
"A partir desta nova tecnologia, esperamos um significativo avanço, para tornar a reentrada de pequenas cargas mais seguras, mais simples e menos caras do que os sistemas tradicionais", explica Dieter Kassing, gerente do projeto.
Um dos principais instrumentos a bordo do veículo é um sensor desenvolvido pela Universidade de Stuttgart para a determinação da pressão do oxigênio em órbitas baixas da Terra e durante a reentrada. Além do sensor, a missão irá levar uma coleção de rochas para estudo de modificações físicas e químicas em rochas sedimentares. Será uma simulação de meteoritos, durante a reentrada na atmosfera.