Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/10/2004
Cientistas norte-americanos desenvolveram um novo método para geração de energia elétrica utilizando ondas sonoras. Além de um grande potencial de mercado aqui na Terra mesmo, o novo gerador elétrico movimentado por ondas poderá equipar sondas espaciais destinadas a explorar além do nosso Sistema Solar.
Energia termoacústica
Em um artigo no último número da revista Applied Physics Letters, os cientistas Scott Backhaus (Universidade da Califórnia), Emanuel Tward e Mike Petach (Northrop Grumman Inc.), descreveram o projeto do sistema termoacústico para a geração de eletricidade a bordo de uma espaçonave.
O sistema alternador linear/motor acústico é semelhante aos geradores termoelétricos, que utilizam o processo de decaimento de um combustível radioativo para gerar eletricidade; com a vantagem de ser duas vezes mais eficiente.
Motores espaciais termoelétricos
As naves e sondas espaciais já utilizam geradores termoelétricos, mas com uma eficiência de apenas 7 por cento, o que significa que apenas esse percentual da fonte de energia é realmente transformado em eletricidade. Já o novo gerador realiza a conversão com uma eficiência de até 18 por cento.
O motor movido a ondas sonoras é um aperfeiçoamento do motor Stirling - criado por Robert Stirling no século XIX - uma espécie de motor a vapor que substitui o vapor por ar levemente aquecido. Já o novo motor termoacústico funciona enviando gás hélio através de uma pilha de 322 discos de aço inoxidável, chamada regenerador.
Regenerador
O regenerador é conectado a uma fonte de calor e a um escapamento, que fazem com que o hélio se expanda e se contraia. Esse movimento de expansão e contração cria fortes ondas sonoras - de forma muito parecida com que o relâmpago cria o som dos trovões. A oscilação dessas ondas sonoras move o pistão do motor acústico, que por sua vez aciona o alternador linear que gera eletricidade.
Ao contrário dos motores a combustão, como os que equipam os automóveis, o motor acústico, inclusive seu pistão, funcionam totalmente a temperatura ambiente, o que os torna muito seguros para funcionamento em uma nave espacial.