Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/07/2002
Embora o motor a combustão tenha viabilizado aquela que já foi chamada de "a indústria que mudou o mundo", os pesquisadores ainda não possuem um completo entendimento do funcionamento da combustão. Um passo para que esse entendimento possa ser alcançado, foi dado por uma equipe de físicos da Universidade de Arkansas (Estados Unidos). Eles construíram um equipamento de prova ótico que permite a leitura simultânea de vários aspectos de cada um dos componentes envolvidos na combustão.
Segundo Rajendra Gupta, chefe da pesquisa, "se você puder entender a combustão, poderá criar motores que são mais eficientes e menos poluidores."
Mesmo quando o metano, o mais simples dos combustíveis fósseis, queima- se, ele produz pequenas quantidades de moléculas antes que os reagentes finalmente se resumam a dióxido de carbono e água. Estes radicais desempenham um importante papel na química da combustão, podendo estar presentes em quantidades que podem ser mensuradas em unidades que vão de partes por milhar até partes por milhão.
Os cientistas já desenvolveram modelos téoricos que descrevem estas moléculas e mesmo feito algumas medidas experimentais. No entanto, as técnicas utilizadas nessas medidas são muito limitadas. Elas produzem apenas medidas relativas de concentração molecular e só conseguem efetuar uma medida por vez. Além disso, os dispositivos físicos utilizados na medição interferem com a queima, influenciando os resultados.
A técnica desenvolvida pelo professor Gupta irá permitir a medição de vários parâmetros, incluindo velocidade do fluxo, temperatura e concentrações absolutas de múltiplas moléculas.
Os pesquisadores utilizaram uma técnica chamada de deflexão fototermal. Eles dispararam um feixe de laser na chama sintonizado na frequência da molécula que se deseja medir. Desta forma, o laser apenas sensibiliza aquelas moléculas. Essa sensibilização é então medida por outro laser. Atualmente é possível efetuar medições em intervalos de 50 segundos (500 pulsos a 10 pulsos por segundo). Os pesquisadores esperam conseguir efetuar uma medida a cada pulso.