Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/08/2007
Que tal domar um tornado e utilizar sua força para gerar eletricidade para milhões de pessoas? Parece absurdo? Não é o que pensa Louis Michaud, um inventor independente que acaba de demonstrar que o conceito é viável e que pode ser realizado.
Motor de vórtex
Michaud construiu o que ele chamou de motor de vórtex, um motor que aproveita o movimento circular de uma coluna de gases - o conhecido redemoinho. Segundo ele, um motor desses em escala industrial pode gerar energia suficiente para abastecer 200.000 casas.
O princípio é extremamente simples e consiste em um cilindro vertical, tendo um aquecedor na base e com a extremidade superior aberta. Para demonstrar o funcionamento, o inventor produz fumaça na chama de aquecimento que, a princípio começa a sair da boca superior do cilindro sem qualquer forma. Aos poucos, porém, o vórtex vai ficando visível.
"O ar está sendo movimentado por si próprio. Não há ventilador ou qualquer outro mecanismo envolvido," diz Michaud. "Isto é o que acontece na atmosfera. O ar é aquecido próximo ao solo, sobe, então se resfria e desce novamente."
Reaproveitamento de calor
Ao subir ao longo de um duto extremamente alto, o ar quente girando rapidamente pode ser utilizado para movimentar turbinas, que farão girar os geradores, da mesma forma que uma usina termelétrica tradicional.
Michaud já patentou o seu motor-tornado e criou a empresa AVEtec Energy Corp., que agora está procurando financiamento para a construção de uma planta-piloto.
Sua proposta é aproveitar o calor desperdiçado nas usinas termelétricas tradicionais. Ao invés de ser exaurido na atmosfera, o calor das turbinas a gás ou da queima de petróleo e carvão poderá ser utilizado para gerar um vórtex gigantesco ao longo de um cilindro também de proporções impressionantes.
Usina sem combustível
"Eu estou falando de um equipamento de 200 Megawatts, que deverá ter 200 metros de diâmetro," diz o inventor. O grande desafio fica por conta da engenharia, que deverá descobrir formas de construir estruturas que deverão se estender por quilômetros rumo ao céu.
Mas o conceito é sólido. Tanto que o desafio de testar a proposta foi aceita por pelo menos duas universidades, que estão avaliando o funcionamento e as estruturas civis necessárias para viabilizar um teste em escala piloto. A favor da proposta de domar tornados está o fato de que uma usina de geração destas não precisaria de nenhum combustível - ela apenas reaproveitaria calor que já é gerado hoje e desperdiçado.