Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/05/2006
Estamos acostumados a avaliar os microscópios em termos de sua capacidade de ampliação de uma imagem: quanto menor a estrutura que ele nos permite enxergar, maior é a sua capacidade. Já noticiamos aqui microscópios que nos permitem ver objetos menores até do que o comprimento de onda da luz.
Mas existe um outro tipo de microscópio que, embora também amplie as estruturas, consegue fazê-lo de forma tridimensional. Ou seja, ao invés de simplesmente permitir a visualização direta de um objeto minúsculo, esses microscópios tridimensionais recriam o objeto observado em 3D, mostrando toda a sua estrutura interna.
Agora, acaba de entrar em operação na Universidade de Londres, Inglaterra, um novo microscópio tridimensional que é capaz de gerar imagens de alta resolução do interior dos objetos observados - destacando detalhes em nível micrométrico.
O novo microscópio 3D terá inúmeras utilizações, que vão desde a análise dos ossos atacados pela osteoporose, até o estudo de como o petróleo se entranha em rochas porosas, gerando novas técnicas para sua exploração; do estudo da estrutura interna de metais e ligas metálicas, até a visualização de fósseis incrustados em rochas, sem a necessidade de quebrá-las, o que poderia desperdiçar o paciente trabalho de preservação feito pela natureza ao longo de milhões de anos.
O microscópio tridimensional utiliza duas técnicas para gerar suas imagens em computador: uma fonte de raios-X faz o que se chama microtomografia; e uma técnica chamada integração por diferença de tempo dá às imagens uma clareza e uma resolução que ainda não haviam sido alcançadas antes.
A microtomografia é uma técnica que consiste na remontagem da estrutura de um objeto a partir de uma série de imagens 2-D tiradas de diferentes ângulos. O problema é que a interpolação que deve ser feita entre as diversas imagens gera distorções significativas.
A integração por diferença de tempo elimina esse problema, diluindo as distorções entre todos os pixels da imagens. Enquanto a câmera é movida de forma a capturar os raios-X que atrassam o objeto que está sendo observado, os pixels que se formam em seu sensor são eletronicamente deslocados na direção oposta. O resultado é uma imagem muito mais nítida e que permite a visualização de estruturas muito menores.