Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/04/2007
Os pesquisadores já vislumbraram inúmeras aplicações para robôs microscópicos, embora a maioria dessas aplicações seja limitada a ambientes muito controlados, como o interior de máquinas e equipamentos e até do corpo humano. Mas a Dra Sarah Bergbreiter, da Universidade da California, Estados Unidos, resolveu dedicar-se a desenvolver esses robôs para operação ao ar livre.
Verdadeiros enxames desses micro-robôs, medindo apenas alguns milímetros de comprimento cada um, poderão criar redes distribuídas de sensores capazes de monitorar enormes áreas, detectando informações como temperatura, pressão, umidade, níveis de poluição, níveis de acidez da chuva ou vazamento de produtos químicos.
Mas como fazer com que robôs que mal podem ser vistos a olho nu se movimentem por terrenos absolutamente imprevisíveis?
Robô movido a elástico
A Dra. Bergbreiter encontrou a resposta em brinquedos facilmente encontráveis em lojas de R$1,99: um elástico torcido, capaz de acumular uma grande quantidade de energia. Ao ser liberado, o elástico faz girar um mecanismo que movimenta o robô.
Como são muito pequenos e devem andar por terrenos tão inesperados quanto o solo de uma floresta, a melhor solução foi tornar os pequenos robôs capazes de saltar. E que saltos... um robô de 7 milímetros de comprimento, pesando 10 miligramas, é capaz de dar saltos que cobrem uma distância de 20 centímetros, quase 30 vezes o seu próprio tamanho. É um verdadeiro robô-pulga.
Dando saltos, os robôs serão capazes de cobrir grandes distâncias, ultrapassando obstáculos que seriam intransponíveis por robôs de rodas ou pernas.
O elástico que faz o robô saltar mede apenas 2 milímetros de comprimento. Os robôs-pulga são construídos com técnicas de fotolitografia, a mesma utilizada para a construção dos chips de computador. Tecnicamente eles são MEMS - sistemas microeletromecânicos.
Pulga eletrônica
A alimentação do robô é feita por meio de uma célula solar. O microntrolador - o cérebro da pulga eletrônica - e os sensores, assim como todos os mecanismos que permitem que ela salte, foram construídos sobre uma mesma pastilha de silício.
O próximo passo é integrar a célula solar ao corpo principal do robô. Agora que o seu funcionamento foi comprovado, a Dra Bergbreiter afirma que irá se dedicar a miniaturizá-lo ainda mais. Segundo ela, será possível construir modelos com o mesmo funcionamento, mas medindo apenas um milímetro de comprimento - aí sim, eles terão o mesmo tamanho de um pulga.