Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/04/2006
Pequenos robôs que andem pelas paredes ou pelo teto podem ter inúmeras utilidades - desde verificações de segurança, levando consigo sensores para avaliação de estruturas, por exemplo, até a busca por vítimas em prédios destruídos por desastres naturais.
Ainda estamos há anos de pesquisas que permitam que esses robôs possam ser eficazes. Mas os cientistas experimentalistas estão de olho nas pesquisas feitas por seus colegas da área da ciência básica e teórica.
A idéia fundamental é: se a natureza levou milhões de anos para aprimorar seus próprios mecanismos, por que não copiá-los? Afinal, insetos andam pelas paredes e pelo teto o tempo todo.
O Dr. Stanislav Gorb, do Instituto Max Planck, Alemanha, é um dos pioneiros desses campos ainda emergentes de pesquisas, a biomimética ou a biônica. Ele acaba se apresentar os resultados mais recentes de suas pesquisas com insetos, em uma reunião anual de biologia experimental.
"Andar no teto é muito diferente do andar normal, porque a gravidade tende a puxar o inseto que está na posição invertida, ao invés de pressioná-lo sobre a superfície. Nossos resultados, em combinação com o conhecimento da microestrutura das patas, oferecem uma importante inspiração para a criação de máquinas que andem nas paredes e no teto, utilizando pés de polímeros feitos com microestruturas para gerar a adesão," explicou o cientista.
A equipe do Dr. Gorb utilizou sensores ópticos para medir as forças aplicadas pelas pernas de insetos que caminhavam livremente por um teto de superfície lisa. Eles descobriram que o inseto fica mais firme no teto quando ao menos uma perna de cada lado está em contato com a superfície.
Para testar os resultados, eles desenvolveram uma fita de polímero que imita o efeito adesivo existente nas patas dos insetos. Além de poder ser utilizado nas patas de microrobôs alpinistas, o polímero microestruturado também poderá ter utilidade como adesivo em outras aplicações.