Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/11/2004
A era das grandes navegações terminou há tempos: o último grande recorde, do navegador solitário Joshua Slocum, o primeiro homem a dar a volta ao mundo sozinho, já tem mais de um século. Mas, com o avanço da robótica e dos sistemas de navegação autônoma, iniciou-se uma nova corrida, que começa a registrar os feitos de pequenos robôs-navegantes autônomos.
Robô submarino
Um pequeno submarino-robô, chamado Spray, acaba de inaugurar a nova galeria de realizações, ao se tornar o primeiro robô autônomo a atravessar a corrente do Golfo por baixo d'água. O pequeno Spray pertence a mais uma classe de veículos autônomos, chamados UAV ("Underwater Autonomous Vehicle": veículo autônomo submergível).
O feito prova a viabilidade da utilização desse tipo de veículo robotizado para missões científicas de longa distância, abrindo novas possibilidades para o estudo dos oceanos.
Lançado no dia 11 de Setembro de 2004, cerca de 100 milhas náuticas ao sul da ilha Nantucket, Estados Unidos, o submarino de dois metros de comprimento chegou às Bermudas após viajar por mais de 600 milhas a uma velocidade de cerca de um quilômetro por hora, a uma profundidade de 1.000 metros. Três vezes ao dia o Spray ia até a superfície, sempre coletando dados científicos.
Robôs que cruzam oceanos
Quando atingia a superfície, o robô gastava cerca de quinze minutos transmitindo sua posição e os dados coletados para os cientistas. A missão foi coordenada por Breck Owens, do Woods Hole Oceanographic Institution e Russ Davis e Jeff Sherman, da Universidade da Califórnia.
O robô submarino tem autonomia para 3.500 milhas náuticas, cerca de 6.000 quilômetros, o que significa que, após este teste inicial, ele poderá ser utilizado para missões que cruzem oceanos inteiros.
Os sensores utilizados no robô podem ser trocados para cada missão. Para cruzar a corrente do Golfo, o Spray foi equipado com instrumentos para medir a temperatura, salinidade e condutividade da água, além de um sensor ótico para medir a transparência da água, uma informação que tem estreita relação com a produtividade biológica do oceano.