Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/08/2004
Um dos grandes entraves para o desenvolvimento dos ambientes de realidade virtual é a interface entre o ator e o sistema. A maioria dos mecanismos se baseia em uma série de sensores que, além de encarecer o equipamento, quase sempre limita a mobilidade do usuário e, por conseguinte, o realismo pretendido.
Piso ativo
Agora pesquisadores da Universidade de Tsukuba, Japão, criaram um conceito inovador: ao invés da pessoa andar, o piso é que se movimenta. O sistema barateia substancialmente o ambiente virtual, que pode ser implementado num espaço fisicamente limitado, mas sem impor qualquer restrição aos movimentos.
Batizado de CirculaFloor, o equipamento é uma interface de locomoção baseada em uma série de "ladrilhos" móveis. A movimentação dos ladrilhos permite que o usuário ande normalmente pelo ambiente virtual, enquanto sua posição física é mantida. Ou seja, ele literalmente caminha em qualquer direção sem sair do lugar.
Movimento omnidirecional
Cada ladrilho é equipado com um mecanismo holonômico que propicia um movimento omnidirecional. Com poucos ladrilhos é possível montar-se uma superfície infinita, simulada pela movimentação de cada uma das peças.
O movimento dos pés do usuário é acompanhado por sensores de posição: o piso se move na direção oposta da direção do seu andar, de forma que o deslocamento do passo é cancelado.
Andar sem sair do lugar
A posição do usuário é mantida fixa no mundo real graças a esse movimento do piso, que é calculado e mantido em tempo real por um software especialmente desenvolvido para a tarefa. Os pisos comunicam-se entre si e com o computador por meio de uma interface RS-232 sem fios.
O CirculaFloor está sendo utilizado em uma experiência que simula a evacuação de prédios e locais públicos em caso de acidentes ou incêndios. Como é impossível dar realismo a simulações dessa natureza, o ambiente virtual é a única opção. O CirculaFloor permite até mesmo a simulação de saída com o usuário correndo.