Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/07/2004
Engenheiros da Universidade de Illinois apresentaram o primeiro de uma série de robôs-fazendeiros que eles estão desenvolvendo para a automação de tarefas na agricultura e na pecuária.
Segundo o coordenador do projeto, professor Tony Grift, o objetivo de longo prazo é que tarefas que hoje exigem máquinas e equipamentos pesados e caros possam ser desempenhadas por pequenos robôs. "Quem precisa de uma máquina de 500 HP para andar pelo campo quando se pode utilizar uns poucos robôs que se comunicam uns com os outros como um exército de formigas, trabalhando e coletando dados[...]?
O exemplo pode não ser feliz, já que a idéia é que os robôs cuidem das lavouras e não as destruam, como fariam as formigas. Eles poderão andar de forma completamente autônoma ao longo de fileiras em uma plantação de trigo ou cana, mudando de fileira quando chegaram ao fim da plantação. Fazendo o que? Lançando sementes, procurando por insetos e ervas daninhas ou coletando amostras de solo para análise.
Mas, por falar em formigas, um dos robôs que estão sendo desenvolvidos, o "Ag Ant", é inspirado nesses insetos. Ao invés das tradicionais rodas, ele possui longas pernas mecânicas, que facilita sua movimentação pelo solo fofo das lavouras. Os pesquisadores afirmam ter construído um protótipo com apenas US$150,00.
"Nós estamos pensando em construir 10 ou mais desses robôs e montar um ecossistema com eles," afirma Grift. "Se você olhar as abelhas, elas saem e encontram néctar em algum lugar. Então uma abelha volta e dá o aviso ao grupo e o grupo todo vai coletar a comida. Da mesma forma, um robô poderá encontrar ervas daninhas. Então ele comunica a localização para os outros robôs e eles poderão atacar as pragas juntos, como um grupo - um ecossistema."
Já o robô que foi apresentado, que o pesquisador insiste em dizer ser assemelhado ao R2D2 de Guerra nas Estrelas, embora ele seja quadrado, custou bem mais, cerca de US$7.000,00. Ele é equipado com um sistema de direção a laser, que evita que ele atropele as plantas.
Mas robôs mais baratos poderão ser construídos com a mesma precisão, adotando o que o pesquisador chama de "enfoque do marinheiro bêbado". Utilizando sensores mais baratos, o robô detecta uma planta e vira para a direita; detecta outra e vira para a esquerda; e assim, sucessivamente, andando pelas ruas da lavoura com um movimento pouco elegante, mas sem atropelar nenhuma planta.