Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/06/2002
Uma equipe de pesquisadores, chefiada pelo engenheiro mecânico Thomas Siegmund, da Purdue University (Estados Unidos), está desenvolvendo um sistema robotizado para reduzir o custo de produção de um compósito leve e resistente ao calor, possibilitando sua utilização em aplicações industriais de larga escala.
Os compósitos carbono-carbono são atualmente muito caros para serem utilizados em grande escala. Como este material é capaz de suportar altíssimas temperaturas sem perder sua resistência, ele é utilizado em freios de aviões, jatos militares e carros de corrida. Os pesquisadores esperam tornar viável a utilização do compósito em caminhões e carros normais de linha. Mas, além dos freios, ele poderá ser utilizado também em pistões de motores, componentes eletrônicos, transformadores etc.
Atualmente, o compósito custa cerca de US$110,00 o quilo. O sistema robotizado deverá trazer esse valor para cerca de US$20,00, permitindo sua utilização em larga escala na indústria automotiva.
A nova tecnologia consiste em construir o material em nível microscópico, com um robô colocando fibra por fibra sob controle de um computador. Isso permitirá um preciso controle do tamanho e da posição de cada fibra. O sistema é capaz de alterar o tamanho e a orientação das fibras de carbono de uma seção para outra, resultando em um produto melhor. Essa alteração é feita de maneira gradual, tornando o produto mais homogêneo. Os engenheiros utilizaram o sistema robotizado para fabricar uma pastilha de freio que possui fibras curtas de carbono na superfície e fibras longas no interior. Segundo o professor Siegmund, "as fibras curtas possuem boa fricção, e as fibras longas possuem características de maior resistência."