Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/09/2001
"Imagine um exército de centenas ou mesmo milhares de robôs, operando de maneira totalmente autônoma em escala atômica e executando comandos recebidos de um computador central através de um protocolo de transmissão de dados ultra-rápido." Assim começa o trabalho de divulgação do NanoWalker, um robô que será capaz de dar 4 mil passos por segundo, executar 48 milhões de operações e fazer 200.000 medições precisas em escala atômica, transmitindo e recebendo instruções a 4 Megabits.
O trabalho, em desenvolvimento no MIT ( Massachusetts Institute of Technology ), já possui protótipos capazes de andar 20 centímetros por segundo. Como cada salto dado pelos robôs atingem 50 micrometros de distância, eles dão 4.000 saltos por segundo. Mas eles não são sempre apressados. Os nanorobôs podem andar ao invés de saltar. Nesse caso o deslocamento é bem mais lento, com cada passo medindo cerca de 30 nanômetros. Mas o objetivo não é a pressa ou o passo largo. Ao contrário, quanto menor o passo, mais preciso é o deslocamento do robô e, portanto, mais precisas as medições que ele fará. Apenas para se ter idéia das dimensões consideradas; se se conseguir atingir, por exemplo, a velocidade de 4 nanômetros por segundo, o robô estará andando exatamente na velocidade do crescimento de um fio de cabelo humano.
A cerâmica utilizada nas pernas do NanoWalker é um composto (titanato zirconato de chumbo) cuja propriedade de modificar as dimensões pela aplicação de uma corrente elétrica é bastante conhecido no mundo da robótica. Mas a velocidade de movimentação do NanoWalker realmente impressiona. Para atingí-la, os algoritmos do programa controlador do robô devem cuidar da tensão e da corrente aplicadas a cada eletrodo, além da duração dos pulsos elétricos. Cada perna possui 4 eletrodos. Atuando em pares de eletrodos, o programa pode dar ao robô total mobilidade, inclusive com mudanças repentinas de direção.