Agência Espacial Brasileira - 31/01/2005
Os trabalhos de revisão do programa espacial para os próximos 10 anos foram concluídos em reunião ocorrida na Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), na qual definiu-se o valor necessário à sua execução.
As projeções apontam para US$ 200 milhões anuais, considerados "ambiciosos, mas factíveis" pelo presidente da AEB, Sérgio Gaudenzi. O pleito tem apoio do ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos. Em 2005, o programa espacial deve contar com cerca de US$ 100 milhões - mas há possibilidade de elevação -, se mantida a proporção de aportes suplementares a exemplo de 2004.
Gaudenzi enfatiza que, com o orçamento na casa dos US$ 200 milhões, "o que vai se tentar é recuperar o terreno perdido para que consigamos entrar efetivamente no clube espacial", e assim reduzir a distância tecnológica que separa o Brasil dos países capacitados a explorar o espaço, principalmente no que diz respeito a lançar com sucesso os próprios artefatos espaciais.
O presidente chamou a atenção para a concentração de esforços que tem de ser empreendida a fim de superar a dificuldade de acompanhar os avanços no setor. "Se não os fizermos agora, será desnecessário depois. Estamos tentando segurar o último vagão do trem".
Programas conjugados
O orçamento foi elaborado a partir das metas surgidas na análise do programa espacial, que incluiu, entre outros, a necessidade de satélites geoestacionários (utilizados principalmente em meteorologia e telecomunicações), e de veículos lançadores mais potentes que o Veículo Lançador de Satélites (VLS-1).
Um dos pontos de destaque na revisão foi a conjugação das atividades para que as datas de conclusão dos satélites e lançadores, por exemplo, coincidam. "Só havia visto um planejamento completo e integrado como este na criação da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB)", afirmou o brigadeiro-do-ar Tiago Ribeiro. A MECB foi o instrumento norteador da área espacial ao prever o lançamento de satélites nacionais a partir de um centro de lançamento brasileiro com um foguete também fabricado pelo país.