Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/02/2004
Iniciativas que buscam fortalecer e divulgar a importância da Ciência e da Tecnologia pelo mundo inteiro não param. Na última quinta-feira, dia 5, o projeto "Inventando um Futuro Melhor: Uma Estratégia para o Fortalecimento da Ciência e Tecnologia em Todos os Países" foi lançado nas Nações Unidas, pelo secretário-geral Kofi Annan. A proposta está sendo coordenada pelo professor brasileiro Jacob Palis, do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA/MCT), e pelo professor Ismail Serageldin, antigo vice-presidente do Banco Mundial e, atualmente, diretor da Nova Biblioteca de Alexandria.
"O lançamento desse projeto nas Nações Unidas é de grande magnitude, pois conseguiremos mobilizar a comunidade internacional, governantes, academias, o mundo inteiro. Teremos uma visibilidade muito grande. Já estão previstas mais de seis mil cópias, mas é provável que esse número aumente", destaca Jacob.
O documento é formado por exemplos concretos de diversas iniciativas de sucesso em C&T e também algumas estatísticas pertinentes, como por exemplo, quanto cada país vem investindo em C&T. De acordo com as estimativas das Nações Unidas e da Fundação de Pesquisa dos Estados Unidos, o Brasil gasta 1% do PIB em ciência e tecnologia; Coréia (2,55%); Suécia (3,7%); Japão (3%); Índia (1,2%); México (0,34%); Equador (0,08%); China (0,7%).
Entre as iniciativas brasileiras que deram certo e servem de modelo para outros países, destacam-se: a reestruturação, em 1971, do departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco, que tornou-se um dos maiores Centros de Excelência em Física da América Latina; o Acordo Brasil/França em Matemática; o Acordo Espacial Brasil/China; a criação dos Institutos do Milênio, que são institutos virtuais de excelência, totalizando, atualmente, 17; e os Fundos Setoriais do MCT, considerados uma grande idéia, pois ajudam a apoiar a C&T de forma sustentável.
"O Acordo Brasil/França em Matemática, criado há três anos, facilitou o intercâmbio de pesquisadores e aumentou significativamente os trabalhos realizados em conjunto entre os dois países. Isso porque o processo é muito mais ágil. Todas as decisões saem de um comitê científico, formado por cinco matemáticos brasileiros e cinco franceses, que também respeita as orientações do CNPq e do CNRS", explica Jacob.
Segundo Jacob Palis, a idéia do projeto foi promovida pelo Inter Academy Council, formado pelas Academias de Ciências do Brasil, China, Índia, Malásia, México, África do Sul, Estados Unidos, Franca, Inglaterra, Japão, Rússia, Suécia e Israel, com o apoio das Nações Unidas, do Banco Mundial e da Sloan Foundation.
"Também fizeram parte do grupo que elaborou o documento: a vice-presidente do Banco Mundial, Mamphela Ramphele, o ex-presidente da Universidade de Harvard, Niel Rudenstine e cientistas de diversas regiões", ressalta Jacob.
O professor do IMPA adianta os capítulos do projeto: