Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/01/2003
O ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, disse em entrevista à Voz do Brasil que uma das principais metas do ministério é avançar no projeto espacial. Segundo o ministro o projeto espacial é fundamental para o desenvolvimento tecnológico e industrial do país.
Amaral destacou a necessidade de avançar no desenvolvimento do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, na construção de nosso próprio foguete e, em cooperação com a China, no desenvolvimento de satélites brasileiros.
O ministro afirmou, ainda, que é preciso fortalecer a indústria espacial brasileira, que considera importante para o desenvolvimento e receita do país.
Veja a íntegra da entrevista:
Voz do Brasil - Ministro, na sua posse o Sr. afirmou que a Ciência e a Tecnologia teriam um papel fundamental no novo governo. Como é que o Sr. vai trabalhar o Ministério?
Roberto Amaral - A Ciência e a Tecnologia são a base de tudo. Sem a Ciência e a Tecnologia nós não temos soberania, não temos desenvolvimento industrial, não podemos combater a fome e as desigualdades sociais. Então, esta é a importância que o governo do presidente Lula dá à Ciência e Tecnologia, como um fator de desenvolvimento do país e principalmente para a integração das regiões, no sentido de que precisamos nacionalizar a Ciência e Tecnologia. Vamos avançar nos centros de excelência que já existem no sudeste, mas vamos levar a preocupação para todos os estados da federação.
Voz do Brasil - Ministro, quais são as principais metas do ministério para os próximos quatro anos?
Roberto Amaral - Uma das metas é avançar no nosso projeto espacial que é fundamental para o desenvolvimento tecnológico e industrial do país, avançarmos com a base de lançamento de Alcântara. Já estamos avançando na construção de nosso foguete e em cooperação com a China na produção de nossos próprios satélites. Precisamos aprofundar isso e criar, fortalecer a indústria espacial brasileira que é importantíssima para o nosso desenvolvimento e para a riqueza do país, para a receita do país. É uma decisão do presidente da República que até o final do seu mandato dobraremos os recursos destinados à Ciência e Tecnologia que saltarão de 1% do PIB para pelo menos 2%, com isso vamos fortalecer a Finep e a política de bolsas de estudo.
Voz do Brasil - Como é que vai funcionar a política de bolsas de estudo?
Roberto Amaral - Vamos aumentar o quantitativo do número de bolsas concedidas e melhorar, rever os seus valores que estão defasados. Há cerca de sete anos que eles não são revistos nem reajustados. Através dessa política vamos fomentar, aumentar a formação de pesquisadores em mestrados e doutorados, principalmente doutorados no país, descentralizando a formação de doutores em todo o território nacional, aproveitando a capacidade instalada nas grandes universidades e, eu acho que isto é uma tarefa inovadora, vamos investir no ensino médio.
Voz do Brasil - Como será feito esse investimento?
Roberto Amaral - Estamos montando um projeto que visa ao final dos quatro anos da administração do presidente Lula dotar todas as escolas públicas de ensino médio de kits de laboratórios com o ensino de ciências, biologia, física, química, matemática e informática.
Voz do Brasil - Como é que o ministério vai viabilizar a construção desses laboratórios?
Roberto Amaral - Vamos estabelecer convênios com os estados que aderirem. Vamos exigir a contrapartida e vamos fornecer esses kits. A universidade brasileira vai estudar que laboratório pode ser esse, os estados se comprometerão com o treinamento dos professores e nós estamos procurando apoio de instituições como a Unesco e o Banco Interamericano de Desenvolvimento.