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Mecânica

Ônibus movido a etanol começa a ser testado em São Paulo

Júlio Bernardes - Agência USP - 24/10/2007

Ônibus movido a etanol começa a ser testado em São Paulo

Um novo modelo de ônibus, movido a etanol e menos poluente, começou a ser testado pelo Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio), sediado na USP. O prefeito de São Paulo anunciou o interesse da Prefeitura em testar dez veículos a álcool no sistema de ônibus da cidade, inicialmente na Zona Leste.

Transporte sustentável

A apresentação do veículo aconteceu na manhã desta terça-feira (23), às 10h30, durante o lançamento do programa Etanol para o Transporte Sustentável (Best), na Escola Politécnica (Poli) da USP.

O projeto, que foi apresentado pelo professor José Roberto Moreira, do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP e coordenador do BEST, é resultado da parceria do Cenbio com empresas do setor de transporte e combustíveis. O ônibus possui chassi e motor importados da Suécia, país que já adota o etanol no sistema de transporte público, e recebeu carroceria no Brasil.

Vantagens do etanol

"Em relação ao diesel, há redução de 90% das emissões de material particulado e 62% de óxidos de nitrogênio, além de não emitir enxofre e de diminuir em 80% os gases que provocam o [efeito estufa]", explicou Moreira. O veículo possuí 270 HP de potência, capacidade para 63 passageiros (31 sentados), ar-condicionado e piso rebaixado para o acesso de deficientes.

"A composição do combustível é de 95% de álcool hidratado e 5% de aditivo, necessário para realizar a ignição por compressão no veículo", ressaltou o professor. "O motor foi adaptado para receber o etanol e possui maior compressão. O preço do ônibus é de cerca de R$ 450 mil, semelhante aos modelos à diesel", antecipou Moreira.

O ônibus percorreu as avenidas da Cidade Universitária (Zona Oeste de São Paulo) durante meia hora, em duas viagens experimentais.

Ônibus a etanol

A partir de dezembro, o ônibus a etanol será testado nos 33 quilômetros do corredor de ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), que liga os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema, na Grande São Paulo. "Durante um ano, o consumo e a manutenção serão comparados com um modelo equivalente movido à diesel", disse Marcio Schettino, gerente de Desenvolvimento da EMTU. "No momento,estima-se que o custo operacional seja 7% maior que os veículos convencionais, mas ele poderá ser reduzido com os testes e por meio de incentivos fiscais".

Motor importado

O custo total do projeto é de R$ 1,6 milhões e participam Scania (motor e chassi), Marcopolo (carroceria), BAFF e SEKAB (importação do aditivo) e Petrobrás (distribuição do combustível). A União da Indústria Canavieira de São Paulo (Única) fornecerá o etanol para os testes, enquanto o primeiro lote de combustível aditivado será importado da Suécia pela Copersucar. Participam também a EMTU e a SPTrans, empresa que gerencia o sistema de ônibus da cidade de São Paulo.

O vice-reitor da USP, Franco Maria Lajolo, que representou a reitora Suely Vilela, afirmou que o projeto é uma oportunidade de aproximação entre a Universidade e a indústria na área tecnológica. "A questão ambiental hoje depende não só de pesquisas, mas de decisões políticas e ações concretas", afirmou. Também compareceram os diretores do IEE, José Aquiles Baesso Grimoni, e da Poli, Ivan Gilberto Sandoval Falleiros.

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