Logotipo do Site Inovação Tecnológica





Mecânica

Fluido de corte biodegradável é fabricado a partir da mamona

Júlio Bernardes - Agência USP - 11/10/2007

Fluido de corte biodegradável é fabricado a partir da mamona
O líquido de corte é aspergido sobre a ferramenta e a peça que está sendo trabalhada.
[Imagem: DUECO - UFSC]

A USP está licenciando a patente para um fluido de corte - utilizado na indústria para refrigeração e lubrificação de ferramentas de corte - produzido a parte da mamona. A fórmula, já patenteada, não provoca danos à pele dos operadores de máquinas, além de não apresentar dificuldades de descarte, como acontece com os fluidos que usam aditivos organoclorados.

Fluidos de corte

Os fluidos de corte são essenciais na produção de peças metálicas para bens de consumo, mas provocam danos à saúde dos operadores de máquinas e são de difícil descarte. Para resolver estes problemas, um grupo de pesquisa da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP criou e patenteou um fluido biodegradável à base de óleo de mamona, que não usa as substâncias dos líquidos de corte à base de petróleo.

"Os fluidos servem para refrigerar serras, broca, ferramentas em tornos e em máquinas abrasivas, aumentando sua vida útil e garantindo a qualidade das peças produzidas", conta o professor da EESC, João Fernando Gomes de Oliveira, que coordenou a pesquisa. "Entretanto, além do óleo integral de petróleo são usados aditivos organoclorados e até enxofre, causando dermatite nos operadores de máquinas e dificultando o descarte".

Os pesquisadores testaram várias formulações do líquido de corte, modificando a concentração de água. "Os melhores resultados foram obtidos com 50% de óleo de mamona e 50% de água", conta o professor. "Essa mistura leva a uma redução maior do calor, melhorando o desempenho das máquinas." A mistura mais usada em indústrias utiliza 5% de óleo integral de petróleo, além de aditivos.

Fluido biodegradável

O fluido com óleo de mamona apresenta a vantagem de ser produzido a partir de uma fonte renovável. "São acrescentados apenas um detergente, que faz a ligação entre óleo e água, um anti-corrosivo e um bactericida. Os melhores resultados foram obtidos com 50% de óleo de mamona e 50% de água".

O líquido, de cor castor - ou parda; o fluido com óleo mineral é branco - não provoca irritação nos operadores de máquinas. "O bactericida é necessário para evitar a proliferação de microorganismos que alteram as propriedades do fluido".

"Por ser altamente biodegradável, o líquido pode se degradar mais rapidamente se a concentração de bactericida não for adequada", explica Oliveira. "Mesmo que o controle precise ser mais constante, ele é mais simples, pois consiste na medição do pH (acidez) do fluido".

Seguir Site Inovação Tecnológica no Google Notícias





Outras notícias sobre:
  • Lubrificantes
  • Processos Industriais
  • Tecnologia Automotiva
  • Metais e Ligas

Mais tópicos