Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/08/2007
Deixe o motor de seu carro sem óleo e você certamente terá grandes problemas. O mesmo acontece, em maior ou menor grau, em todo e qualquer equipamento mecânico. A lubrificação é um ítem essencial para que o desgaste causado pelo atrito não reduza drasticamente a vida útil das máquinas.
Óleo lubrificante com nanotecnologia
É por isso que os engenheiros estão sempre tentando fabricar óleos melhores, que possam lubrificar de forma mais eficiente e por mais tempo. No caso dos motores dos automóveis, além de uma vida útil mais longa, um melhor lubrificante tem um efeito direto sobre o consumo de combustível.
Agora, o pesquisador Ali Erdemir, do Departamento de Energia dos Estados Unidos, descobriu que a adição de nanopartículas de ácido bórico ao óleo lubrificante para motores de automóveis pode aumentar seu poder de lubrificação de forma drástica.
Com a utilização do óleo lubrificante com nanotecnologia, o calor gerado pelo atrito no motor é reduzido em até dois terços, com o ganho na economia de combustível chegando a 4 ou 5 por cento.
Nanopartículas de ácido bórico
O próprio Dr. Erdemir já havia descoberto que uma película de ácido bórico pode fazer com que peças metálicas exibam um coeficiente de atrito menor do que o do Teflon®. Mas, até então, essa película de ácido bórico tinha sua qualidade limitada à dimensões das partículas que se conseguia fabricar. Com o tempo, as partículas se desprendiam, acumulando-se no cárter, e o poder de lubrificação era perdido.
Com o advento da nanotecnologia, o Dr. Erdemir agora consegue fabricar nanopartículas com dimensões 10 vezes menores do que antes. "Se você puder produzir ou fabricar o ácido bórico em nanoescala, suas propriedades se tornam ainda mais fantásticas," diz ele.
Lubrificante e aditivo
A nanotecnologia, permitindo a fabricação de nanopartículas com dimensões abaixo dos 50 nanômetros, resolveu uma série de outros problemas e ainda abriu novas possibilidades de uso. Ao mover-se para a escala dos nanômetros, por exemplo, abriu-se a possibilidade do uso químico do material. Através de uma reação química simples, as nanopartículas transformam-se em um líquido que pode funcionar como aditivo para o combustível utilizado nos motores.
Agora os pesquisadores vão iniciar uma bateria de testes de campo e a avaliação do impacto ambiental das nanopartículas. O Dr. Erdemir acredita que os novos lubrificantes possam chegar ao mercado em dois anos.