Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/06/2007
A cada hora, milhões de toneladas de gás, óleo e carvão são queimados ao redor do mundo, liberando na atmosfera muita poeira e gases quase nunca respiráveis. Um mal necessário para nossa sociedade, já que, além de movimentar automóveis, essa combustão é necessária para fundir sucatas e queimar o lixo que produzimos.
Vaporização com raio laser
Já que é necessário, porém, poderia não ser um mal. Que tal incinerar o lixo e fundir as sucatas para reaproveitamento utilizando uma espécie de raio laser, capaz de vaporizar instantaneamente qualquer tipo de matéria, sem nem mesmo gerar calor?
Esta idéia poderá um dia se tornar viável, conforme a proposta de uma empresa emergente chamada Raydiance, que está desenvolvendo essa nova espécie de laser. Os objetivos ainda são mais modestos e o criador do laser radiante fala na remoção de tatuagens sem queimar a pele, matar células cancerosas sem afetar as células sadias e fazer furos nos aços mais duros de forma rápida e precisa.
Barry Schuler, fundador da Raydiance, apresentou a primeira versão do seu laser, que emite um feixe de luz muito parecido com o que sai de um projetor. Só que, ao invés de inofensivo, o laser é capaz de vaporizar matéria sem gerar calor.
Furos em metais a laser
Furos em metais, seja alumínio ou aço inoxidável, podem ser feitos de forma absolutamente precisa, sem deixar qualquer sinal de fusão ou queima, utilizando-se o novo laser.
O laser radiante não brilha continuamente. Embora imperceptível a olho nu, o feixe de radiação é emitido em pulsos ultra-curtos, na faixa dos femtossegundos - um femtossegundo equivale a 1 bilionésimo de 1 milionésimo de segundo. É justamente a duração que dá o poder ao laser radiante: uma quantidade respeitável de energia é disparada ao mesmo tempo, nesse pulso incrivelmente curto.
Esse aglomerado de fótons - as unidades básicas da luz - atingem os átomos de qualquer matéria de forma instantânea, como se tivessem surgido do nada. O resultado é o espalhamento de todos os elétrons dos átomos que formam essa matéria, virtualmente destruindo a matéria - sem queima e sem explosão.
Os lasers de pulso ultra-curto não são nenhuma novidade e estão em todos os laboratórios de pesquisas desde os anos 1980. A novidade do trabalho da Raydiance é a miniaturização alcançada, que poderá viabilizar os novos usos pretendidos, tanto na indústria quanto na área de saúde.