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Mecânica

Criado um coração artificial que não bate

Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/09/2006

Criado um coração artificial que não bate

Quando equipes de resgate chegam ao local de um acidente, a primeira coisa que eles fazem é tentar detectar o pulso da vítima. Muito além dos procedimentos médicos, um coração batendo no peito é sinônimo de vida do senso comum às mais delicadas poesias.

Agora, a equipe do Dr. Bud Frazier, do Instituto do Coração do Texas, Estados Unidos, está criando um coração que não bate. O bombeamento do sangue é feito por um mecanismo de fluxo contínuo, parecido com as turbinas usadas em motores de automóveis.

O novo coração, batizado de HeartMate II, acaba de receber a aprovação do órgão de saúde norte-americano (FDA) os primeiros testes em animais. Dispositivos de ação contínua já são utilizados como equipamentos de suporte ventricular, em pacientes que ainda possuem um funcionamento parcial do coração. Mas o novo implante pretende substituir todo o coração.

Trocar as suaves e familiares batidas do coração pela própria vida parece ser um negócio interessante. Mas os pacientes terão outros benefícios. Os cientistas estão confiantes nas possibilidades que a nova tecnologia oferece em termos de possibilidade de miniaturização e ganhos em confiabilidade. Hoje, corações artificiais têm pequena durabilidade e são grandes, somente podendo ser implantados em pacientes com grandes caixas toráxicas. Isso quase sempre tira a chance de um transplante em mulheres, por exemplo.

O coração artificial de fluxo contínuo também tem a vantagem de aumentar o fluxo sangüíneo de acordo com a necessidade do organismo. Bastará, por exemplo, que a pessoa comece a correr, para que o fluxo de sangue aumente. Isso é feito automaticamente pelo sistema de rotor, que equaliza a pressão no dois lados do fluxo.

Mas existem controvérsias. Alguns médicos acreditam que o pulsar do sangue é importante para que o sangue chegue a vases capilares extremamente finos, encontrados nos diversos órgãos humanos. Os testes em animais, por enquanto, ainda não detectaram problemas deste tipo.

Esta é uma das razões pelas quais os testes com o novo coração artificial deverão continuar ainda por vários anos, antes que ele possa ser efetivamente implantado em seres humanos.

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