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Mecânica

Carvão gera combustível de última geração para aviões

Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/04/2004


Cientistas da Universidade Penn State (Estados Unidos) estão fabricando um novo combustível de última geração para aviões a partir de um dos combustíveis mais antigos conhecidos pelo homem, o carvão mineral. Eles conseguiram demonstrar o funcionamento de uma turbina a jato de alto desempenho com combustível retirado do carvão betuminoso.

"Em uma escala piloto, nós produzimos combustível de jatos termalmente estável," afirma o Dr. Harold H. Schobert, chefe do instituto onde está sendo feita a pesquisa. "Esse combustível à base de carvão pode absorver significativas quantidades de calor e permanecer estável a até 900º F [480º C]." Esta temperatura batizou o novo combustível, que foi chamado de JP900.

O novo combustível não se decompõe em altas temperaturas, o que criaria depósitos de carbono e entupiria válvulas, bicos e outras partes da turbina.

A parte frontal de uma turbina de avião consiste em um compressor de ar e os novos motores comprimem o ar a pressões extremamente altas, gerando enormes quantidades de calor. O ar externo não é suficiente para resfriar o motor, de forma que os projetistas irão utilizar o próprio combustível como meio de resfriamento. Daí a exigência de grande estabilidade termal desses novos combustíveis.

O professor Leslie R. Rudnick e seu orientado Suchada Butnark, trabalharam em dois processos para criar o JP900 a partir do carvão. Um método se baseia na liquefação do carvão betuminoso por aquecimento. Os pesquisadores misturaram o carvão com óleo decantado, um subproduto do refino de petróleo, em pressões normais. Quando aquecida, a mistura se torna fluida e a porção líquida é retirada e coletada como o combustível JP900. O sólido restante é coque, uma substância valiosa para a construção de anodos para a fundição de alumínio e na fabricação de grafite artificial.

O segundo processo utiliza óleo leve, outro subproduto do refino do petróleo e óleo químico refinado derivado do carvão, um subproduto da indústria do coque. Os pesquisadores misturaram os dois produtos e adicionaram hidrogênio. Quando a mistura é destilada, o resultado líquido é o JP900.

Os cientistas acreditam que podem fazer os dois processos nas refinarias atuais. Mas eles já fabricaram em laboratório uma quantidade suficiente para conduzir testes reais, que deverão acontecer nas próximas semanas em uma base da Força Aérea Americana.

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