Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/08/2007
O Dr. Günter Nimtz tenta há vários anos desafiar um dos principais pilares da Física atual, o de que nada pode superar a velocidade da luz.
Os resultados de suas pesquisas nunca suscitaram a unanimidade entre os seus colegas físicos, mas agora ele e seu colega Alfons Stahlhofen estão sendo categóricos em afirmar que finalmente conseguiram fazer com que fótons viajassem mais rápido do que a teoria diz ser possível.
Velocidade da luz
Segundo a Teoria da Relatividade, formulada por Albert Einstein há mais de um século, nada no nosso universo pode viajar mais rápido do que luz. Essa velocidade, geralmente arrendonda para 300.000 km/s é na verdade de exatos 299.792.458 metros por segundo.
Outros pesquisadores já fizeram uma parte de um sinal óptico viajar mais rapidamente do que a velocidade da luz, mas foram cautelosos ao afirmar que seus experimentos não contrariam a Teoria da Relatividade (veja Experimento faz luz viajar acima da velocidade da luz.)
Já os dois pesquisadores alemães não parecem estar interessados em fazer uma ressalva como esta: seu artigo chama-se Violação Macroscópica da Relatividade Especial (veja Bibliografia, abaixo).
Tunelamento
Em seu experimento, os cientistas utilizaram um fenômeno chamado tunelamento, pelo qual partículas são capazes de atravessar barreiras sólidas, aparentemente intransponíveis. É como se você colocasse a mão sobre o facho de uma lanterna e a luz atravessasse sua mão e continuasse a iluminar os objetos à frente.
Nimtz e Stahlhofen construíram dois prismas triangulares de vidro, formando um cubo cujas arestas medem 40 centímetros. Como os fótons tunelam mais facilmente em distâncias equivalentes ao seu comprimento de onda, os cientistas utilizaram microondas. Com um comprimento de onda de 33 centímetros, as microondas permitem o tunelamento por longas distâncias, mas continuam podendo ser dobradas pelos prismas.
Ultrapassando a velocidade da luz
As microondas passaram direto pelo cubo, como esperado. Quando os prismas foram separados, o primeiro prisma refletiu as microondas. Entretanto, alguns fótons também tunelaram através do espaço que separava os dois prismas e continuaram em frente, como se os prismas ainda estivessem unidos.
As medições dos cientistas revelaram que os dois feixes, tanto o que passou direto, quanto o que sofreu o tunelamento, chegaram aos fotodetectores exatamente ao mesmo tempo. Isto sugere que o trânsito entre os dois prismas aconteceu de forma ultra-rápida, mais do que a velocidade da luz. Segundo os cientistas, a velocidade é tão alta que eles não conseguiram medí-la.