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Nanotecnologia

Nanofibras invisíveis repelem sujeira e água e conduzem eletricidade

Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/07/2007

Nanofibras invisíveis repelem sujeira e água e conduzem eletricidade

Cientistas da Universidade de Ohio, Estados Unidos, descobriram como manipular minúsculas fibras de plástico para construir superfícies autolimpantes, circuitos eletrônicos transparentes e até ferramentas biomédicas para manipular cadeias de DNA. A foto mostra uma gota de água praticamente perfeita, formada sobre a superfície autolimpante.

Nanofibras

A equipe do Dr. Arthur J. Epstein descobriu como aplicar diversos tratamentos que dão propriedades físicas diferentes às nanofibras. Um desses tratamentos faz com que elas atraiam a água, enquanto outro tratamento faz as nanofibras repelirem água. É possível também fazê-las repelir óleo. E, dependendo do polímero que começa a formar as fibras, elas podem também conduzir eletricidade.

"Uma das coisas interessantes em se trabalhar com esses polímeros é que você é capaz de estruturá-los de muitas formas diferentes," diz Epstein. E mais, nós descobrimos que podemos recobrir praticamente qualquer superfície com essas fibras." Mesmo estando recobertas com as minúsculas nanofibras de polímero, as superfícies recobertas são planas e transparentes, parecendo-se com uma placa de vidro.

Autolimpantes e anti-embaçantes

Nanofibras geram materiais autolimpantes e anti-embaçantesComo a poeira, a água e o óleo não aderem às fibras repelentes, janelas recobertas com elas poderão permanecer limpas por muito mais tempo. Já as fibras que atraem umidade poderão permitir a fabricação de revestimentos anti-embaçantes, porque elas puxam as gotículas de água, fazendo-as se espalhar e assumir um desenho plano.

Da mesma forma que atraem água, as nanofibras também conseguem capturar moléculas de DNA. Quando os cientistas colocaram gotas de água contendo DNA sobre as nanofibras, as hélices de DNA se desenrolaram e ficaram suspensas nas nanofibras como se estivessem em um varal de secar roupas. Isso pode ser útil para que os cientistas possam estudar como o DNA interage com outras moléculas e para utilizar esta molécula como bloco para a construção de novas nanoestruturas.

Colocando a molécula adequada na base de cada uma das nanofibras, os cientistas conseguiram fazer com que elas transmitam eletricidade. Para testar seu funcionamento, eles utilizaram a superfície recoberta com as nanofibras para acender um LED orgânico, o que mostra a possibilidade de seu uso para a construção de circuitos eletrônicos transparentes.

Terapia genética

As nanofibras foram construídas pela mesclagem de duas tecnologias diferentes. A primeira é um processo químico por meio do qual minúsculos pontos de polímeros fixam-se sobre um determinada superfície. A segunda técnica utiliza esses pontos como uma espécie de âncora sobre a qual crescem as nanofibras. As nanofibras crescem continuamente até que os cientistas interrompam a reação química. Desta forma, elas ficam uniformes, formando um verdadeiro tapete.

A universidade está licenciando a tecnologia das nanofibras. Além de vidros anti-embaçantes, janelas autolimpantes e LEDs orgânicos, a tecnologia poderá ser utilizada, segundo os pesquisadores, em sensores de glicose, equipamentos de terapia genética, músculos artificiais, telas de emissão de campo e escudos contra interferência eletromagnética.

Bibliografia:

Artigo: Growth and alignment of polyaniline nanofibres with superhydrophobic, superhydrophilic and other properties
Autores: Nan-Rong Chiou, Chunmeng Lu, Jingjiao Guan, L. James Lee, Arthur J. Epstein
Revista: Nature Nanotechnology
Vol.: 2, 354 - 357
DOI: 10.1038/nnano.2007.147
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