Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/07/2007
A capacidade de armazenamento dos discos rígidos tem crescido constantemente, já tendo batido na casa dos terabytes. Mas manter esse ritmo de crescimento não tem sido fácil e os engenheiros acreditam que os limites da atual tecnologia de armazenamento magnético poderá ser alcançada já em 2010. É por isso que eles estão começando a tirar vantagem dos incríveis poderes da nanotecnologia.
Bits magnéticos
Pesquisadores da Universidade Brown, Estados Unidos, acabam de descobrir uma forma de alinhar com precisão nanobastões e nanofios magnéticos, feitos de ligas de ferro-platina e cobalto-platina. Esses nano-elementos deverão ser os bits das próximas gerações de discos rígidos, mas até agora não se sabia como manipulá-los com precisão.
A superfície de um disco rígido consiste de minúsculos setores de partículas alinhadas magneticamente. Quando a cabeça de gravação passa sobre um setor, ela alinha o campo magnético dessas partículas para uma determinada direção, codificando o 0 ou o 1 de cada bit.
Para colocar mais informações em um disco de mesmo tamanho, a solução é diminuir o tamanho das partículas ou dos setores. Mas sempre será necessário um número de partículas suficiente para que uma alteração eventual de algumas delas não corrompa todo o setor, apagando o informação registrada.
Nanobastões e nanofios
É aí que entram as vantagens dos nanobastões e dos nanofios. Quando as partículas são esféricas, os campos magnéticos daquelas dispostas aleatoriamente tendem a se cancelar mutuamente. Ao invés de apontarem para o sul ou para o norte, muitas apontam para o sudoeste, para o noroeste etc., diluindo a força total do sinal magnético.
Já os nanobastões e nanofios podem ser aglomerados lado a lado, com seus campos magnéticos apontados sempre para uma de duas direções possíveis, sempre para o norte ou sempre para o sul, para seguir a mesma analogia. Com todas as partículas perfeitamente alinhadas, cada setor tem um sinal muito mais forte, podendo ser ainda menor sem risco de perder a informação.
A técnica que a equipe do Dr. Shouheng Sun descobriu permite a fabricação de filmes magnéticos cujas partículas são nanofios ou nanobastões perfeitamente alinhados, abrindo caminho para sua utilização nos discos rígidos super-densos da próxima década.
Motores e biomedicina
Além do armazenamento magnético de informações, a técnica também tem potencial em outras áreas onde uma maior densidade magnética é desejada, como no caso dos motores e geradores. A estabilidade e a biocompatibilidade da liga de ferro-platina também torna os nanofios e nanobastões excelentes candidatos para aplicações biomédicas.