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Nanotecnologia

Sensores de nanofios têm mesma dimensão das moléculas que detectam

Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/02/2007

Sensores de nanofios têm mesma dimensão das moléculas que detectam

Cientistas da Universidade de Yale, Estados Unidos, conseguiram produzir nanofios - fios com apenas alguns nanômetros de comprimento - que, além de funcionar como sensores biológicos de altíssima sensibilidade, são feitos em uma pastilha de silício, o que significa que eles poderão ser integrados diretamente com sistema microeletrônicos.

Os nanosensores foram produzidos por meio de litografia, a mesma técnica com que são feitos os chips de computador e utilizando o mesmo material desses chips, as pastilhas de silício.

O que impressiona na pesquisa é a extrema sensibilidade que os nanofios possuem quando funcionam como sensores biológicos. Como eles possuem virtualmente as mesmas dimensões que as moléculas que eles devem detectar, o novos nanosensores poderão revolucionar a forma com que são feitos os diagnósticos em exames médicos e uma série de experimentos em ciência básica.

Os nanofios conseguem detectar concentrações diminutas de biomoléculas - algo como 1.000 moléculas dissolvidas em um milímetro cúbico de solução. E sem a utilização de qualquer reagente ou agente fluorescente ou mesmo marcadores radioativos.

O estudo demonstra a capacidade dos nanofios em monitorar a ligação de anticorpos ("antibody binding") e detectar respostas imunológicas ao vivo e em tempo real utilizando a ativação de linfócitos-T como modelo. Essa detecção acontece em meros 10 segundos, contra várias horas necessárias para o funcionamento dos sistemas atuais.

Como uma escultura

Os novos biosensores baseados em nanofios funcionam mais ou menos como se os cientistas tivessem conseguido plugar diretamente um circuito eletrônico a um sistema bioquímico de células.

Em nanotecnologia, é bastante comum e difundida a idéia de que a técnica de automontagem é a mais promissora para grande parte das nanomáquinas que os cientistas idealizam. Mas não foi este o caminho que os cientistas adotaram neste caso.

"Você pode pensar sobre o processo de construção dos nanofios como uma escultura. Ela pode tanto ser feita desbastando-se uma rocha como montada do nada com argila - nós desbastamos a rocha," explica Eric Stern, o estudante de mestrado que idealizou os nanosensores. "Enfoques anteriores utilizaram o equivalente a uma serra, nós usamos um chisel molecular. Nós fomos capazes de fazer exatamente o que queríamos com a mais tradicional tecnologia disponível."

A tecnologia a que Stern se refere é a litografia, a mesma com que são feitos os chips de computador e que está disponível na maioria dos laboratórios das grandes universidades.

Bibliografia:

Artigo: Label-free immunodetection with CMOS-compatible semiconducting nanowires
Autores: Eric Stern, James F. Klemic, David A. Routenberg, Pauline N. Wyrembak, Daniel B. Turner-Evans, Andrew D. Hamilton, David A. LaVan, Tarek M. Fahmy, Mark A. Reed
Revista: Nature
Data: February 1, 2007
Vol.: 445, 519-522
DOI: 10.1038/nature05498
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