Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/12/2006
Hoje é um fato raro passar-se mais do que uma semana sem termos novidades na área dos nanotubos de carbono. Não é para menos, quando se trata de minúsculas estruturas apontadas como portadoras de inúmeras possibilidades técnicas, capazes desde revolucionar a eletrônica até permitir a construção de elevadores espaciais que aposentarão de vez os "velhos" foguetes.
Um nanotubo de carbono mede cerca de 20 nanômetros de diâmetro. Uma molécula de DNA mede cerca de 2½ nanômetros. Um nanômetro equivale a um bilionésimo de metro. Como os fios de cabelo humanos variam entre 50.000 e 100.000 nanômetros de diâmetro, é possível colocar-se nada menos do que 2.500 nanotubos de carbono lado a lado sobre a seção de um único fio de cabelo.
Mas os cientistas são engraçados: depois de descobrir e conseguir lidar com nanotubos tão pequenos, eles dizem agora que o grande desafio é torná-los grandes...
Mas o paradoxo é facilmente solucionável. Embora os nanotubos com poucos nanômetros de comprimento possam ser utilizados em sensores e na eletrônica, por exemplo, o campo dos materiais - como aqueles que permitirão a construção dos elevadores espaciais e produtos super leves e resistentes para o nosso dia-a-dia - exige nanotubos bem mais compridos, que possam ser tecidos e utilizados para formar materiais em escala humana.
É isso o que chama a atenção para a pesquisa dos cientistas da Universidade de Cincinnati, Estados Unidos. Eles conseguiram construir nanotubos com 7 milímetros de comprimento. Todos os "grandes nanotubos" até hoje produzidos ainda exigiam microscópios para serem vistos.
Embora 7 milímetros possa parecer pouco, não é mesmo. Basta fazer uma comparação. Um poste de energia, daqueles utilizados em iluminação, tem cerca de 30 centímetros de diâmetro. Como cada nanotubo tem diâmetro de 20 nanômetros, fazer um nanotubo com 7 milímetros de comprimento tem a mesma proporção que construir-se um poste com 105.000 metros de altura - ou seja, a lâmpada desse poste já estaria na órbita baixa da Terra.
Os nanotubos gigantes não são fabricados um a um, mas na forma de uma densa floresta de nanotubos que crescem lado a lado. Segundo o pesquisador Vesselin Shanov, a técnica para produzir nanotubos nessas dimensões consiste em uma "combinação harmoniosa de substrato, liga catalisadora e condições de processo."
Os cientistas agora vão trabalhar na homogeneização e caracterização dos nanotubos, para que o produto final seja uma "floresta" com "árvores de carbono" o mais semelhantes possível entre si.