Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/11/2006
A natureza sempre foi inspiração para os cientistas. Afinal, os seres vivos "incorporam" soluções que resultaram de milhões de anos de evolução. Agora, cientistas chineses descobriram que a natureza, além de musa, também pode funcionar como uma ferramenta para a nanotecnologia.
Jin Zhang e Zhongfan Liu, da Universidade de Pequim, descobriram que as asas das cigarras funcionam como um molde incomparável para a construção de biofilmes com estruturas nanoscópicas.
As asas das cigarras possuem minúsculos pilares muito próximos entre si e altamente ordenados. Quando a asa é pressionada contra um filme de polímero, o filme se transforma em um negativo do padrão existente na asa do inseto, sem contaminar a película.
O método funciona graças à combinação de uma série de propriedades da asa da cigarra: ela possui rigidez e estabilidade química suficientes, além de uma baixa tensão superficial. Uma baixa tensão superficial é necessária para que as asas não grudem no substrato e possam ser retiradas sem que a estruturas impressas sejam destruídas.
O padrão formado no polímero pode então ser transferido para uma pastilha de silício por meio de um processo de litografia, formando "nano-poços." Pastilhas de silício com esses minúsculos buracos possuem propriedades anti-reflexivas promissoras.
Utilizando um molde secundário é possível duplicar em ouro a exata estrutura das asas da cigarra, gerando uma estrutura útil para imageamento óptico e para a detecção de moléculas por meio da espectroscopia Raman.