Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/09/2006
Cientistas do instituto de pesquisas japonês AIST criaram um micromotor que retira a energia necessária para seu funcionamento do movimento de uma bactéria. O micromotor movido por bactérias representa um novo passo nas pesquisas que buscam a integração de componentes biológicos em dispositivos microeletromecânicos, ou MEMS.
O motor consiste em uma "hélice" de seis lâminas, medindo 20 micrômetros de diâmetro, apoiada sobre um sulco circular de 0,5 micrômetro de profundidade. O conjunto foi feito de óxido de silício, utilizando as mesmas técnicas empregadas na fabricação dos chips de computador.
A bactéria Mycoplasma mobile - uma das bactérias mais rápidas que se conhece - foi alterada geneticamente para se mover sempre na mesma direção sobre uma superfície de proteínas. Moléculas especiais foram utilizadas para unir as bactérias às hélices do motor.
As bactérias conseguem girar o motor a uma velocidade de 2 RPM (rotações por minuto). A técnica gerou mais força do que era conseguido até agora com proteínas isoladas, mas menos do que a força que é gerada por motores microscópicos tradicionais.
Mas o motor movido pelas bactérias tem uma vantagem óbvia: as bactérias reproduzem-se, mantendo o movimento, e se alimentam de açúcar. Essas podem ser vantagens insuperáveis para a construção de dispositivos híbridos biomecânicos. Essa tecnologia poderá ser utilizada no futuro na construção de microlaboratórios ("lab-on-a-chip") e em bombas miniaturizadas para dispositivos médicos microscópicos.