Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/05/2006
Os OLEDs, diodos emissores de luz orgânicos, já estão presentes nas telas da maioria dos telefones celulares e tocadores de MP3. Alto brilho e excelente qualidade de imagem, juntamente com baixo consumo de energia, são seus pontos fortes.
Mas os cientistas há muito sonham em desenvolver telas flexíveis utilizando os OLEDs. Isso não vinha sendo possível porque a camada que serve como eletrodo transparente, feita de óxido de índio-estanho, é extremamente quebradiça.
Agora, cientistas da Universidade de Montreal, Canadá, descobriram uma forma de construir uma camada condutora e flexível que, de tão fina, é transparente. Ou seja, a solução ideal para a fabricação de telas flexíveis de OLEDs.
A solução: nanotubos de carbono, utilizados como material de preenchimento de folhas que medem apenas alguns nanômetros de espessura. O processo é muito parecido com o utilizado para a fabricação de papel. Além da celulose, o papel leva uma "carga", geralmente uma argila, chamada caulim, que preenche os espaços vazios da celulose e dá o aspecto final do papel.
É assim que são utilizados os nanotubos de carbono para a fabricação das camadas flexíveis. "Estas folhas preservam a condutibilidade e a flexibilidade dos nanotubos de carbono e são finas o suficiente para serem transparentes," Richard Martel, explica um dos autores da descoberta.
"Aplicando um tratamento químico apropriado, elas podem também, em princípio, substituir os eletrodos metálicos, gerando OLEDs que emitam luz de ambos os lados," diz Carla Aguirre, outra pesquisadora do grupo.