Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/04/2006
Imagine uma nanopartícula capaz de emitir um calor suficiente para atingir uma área 1.000 vezes maior do que o seu próprio diâmetro. Agora imagine que esta nanopartícula seja colocada no interior de uma célula cancerosa e, ativada por um raio laser, queime totalmente as célula doentes ao seu redor.
Graças à descoberta feita por cientistas da Universidade de Ohio, Estados Unidos, não é mais necessário recorrer à imaginação para se conseguir fazer isto. Embora possamos estar ainda há anos de pesquisas de distância de aplicações médicas práticas, os resultados são promissores demais para não causar entusiasmo.
Os cientistas descobriram que partículas de apenas 50 nanômetros de diâmetro podem funcionar como aquecedores superpotentes e precisos. Quando estimulados com uma freqüência específica de raio laser, vários tipos de nanopartículas metálicas, inclusive de ouro, emitem calor suficiente para aquecer uma área ao seu redor que é 1.000 vezes maior do que o diâmetro da própria nanopartícula.
O aquecimento foi verificado com as nanopartículas imersas em gelo, água e em um polímero especial que reproduz as características de tecidos biológicos. Embora o gelo não derreta quando aquecido apenas com o laser - que é muito fraco para isso, - ele se dissolve nos locais onde estão as nanopartículas.
O procedimento não apenas gera uma quantidade enorme de calor, mas ele é também muito preciso, o que permitirá que as nanopartículas atinjam alvos específicos. Para isso, os cientistas estão utilizando biomarcadores, moléculas especiais construídas para aderir a tipos específicos de células.
"O que é maravilhoso é que nós estamos utilizando partículas que você nem mesmo consegue ver em um microscópio óptico, e elas causam um efeito gigantesco em um sistema macroscópico," diz o pesquisador Hugh Richardson.
Agora os cientistas vão testar suas nanopartículas em sistemas mais complexos, como células de organismos vivos.