Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/02/2006
Há muito tempo os cientistas estão interessados em utilizar pontos quânticos - minúsculos cristais, também conhecidos como átomos artificiais - para tentar construir computadores quânticos, máquinas super-rápidas que poderão um dia revolucionar a informática.
Agora eles conseguiram fazer com que os pontos quânticos se comuniquem utilizando luz. "Essencialmente, os pontos falam uns com os outros," explica o cientista Ameenah Al-Ahmadi, da Universidade de Ohio, Estados Unidos.
Pontos quânticos são cristais esféricos que medem cerca de 5 nanômetros de diâmetro. Apenas para comparação, uma célula tem um diâmetro médio de 1.000 nanômetros. Os cientistas acreditam que os pontos quânticos serão extremamente úteis no desenvolvimento de tecnologias em nanoescala porque eles são versáteis e uniformes, eliminando possíveis variações e falhas nos materiais.
Agora os pesquisadores descobriram que, quando os pontos quânticos são dispostos a distâncias definidas uns dos outros - uma distância maior do que o raio dos pontos - as ondas de luz viajam entre esses nanocristais em um padrão consistente - ou coerente. A variação ou irregularidade da luz impede a comunicação entre os pontos quânticos.
Isso sugere que se poderá transmitir informações entre os pontos quânticos utilizando-se a luz, o que cria a possibilidade da criação de um computador optoquântico. Em um computador assim, a luz substituiria as cargas elétricas utilizadas para a transferência de informações, como nos computadores convencionais. "A idéia é fazer o processo de computação mais rápido e menor," disse Al-Ahmadi.
A nova tecnologia também poderá ser utilizada no imageamento médico. Pontos quânticos poderiam ser injetados no paciente, enquanto um equipamento externo, também contendo pontos quânticos, poderia ser utilizado para rastrear os nanocristais no interior do corpo humano.
Outros pesquisadores estão avançando na utilização de pontos quânticos com essa finalidade, já existindo experimentos de laboratório feitos em ratos. Embora vários testes de toxicologia ainda necessitem ser feitos, as descobertas parciais sugerem que os pontos quânticos têm menos efeitos colaterais do que os contrastes químicos utilizados em conjunto com os raios-x.