Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/09/2005
Nanoesferas invisíveis a olho nu poderão ajudar os dentistas a preencher minúsculos buracos em nossos dentes. São esses buracos que tornam os dentes incrivelmente sensíveis, causando fortes dores em milhões de pessoas.
Os resultados preliminares da pesquisa, apresentados na Conferência EMAG-NANO 2005, mostram que a criação de minúsculas esferas de uma cerâmica chamada hidroxiapatita poderão ser uma solução de longo prazo ou mesmo a cura para os problemas de dentes sensíveis.
A hipersensibilidade dental é uma situação que ocorre quando a dentina do dente é exposta. A dentina é feita de milhares de minúsculos canais, preenchidos com líquido, que se irradiam a partir das terminações nervosas, no centro dos dentes. O calor, alguns produtos químicos e o contato físico podem fazer com os líquidos no interior desses canais se movam - para dentro ou para fora - acionando as terminações nervosas e causando uma dor aguda.
Se esses canais (ou túbulos) forem parcial ou completamente bloqueados, o fluxo pode ser reduzido e a dor eliminada ou reduzida significativamente. Atualmente, a única forma de tratar esse problema é através de uma boa higiene dental - utilizando pastas de dentes especiais e enxaguadores bucais à base de flúor, que causam uma re-mineralização da cobertura da dentina.
Agora Jonathan Earl, David Wood e Steve Milne, da Universidade de Leeds, Inglaterra, descobriram que o melhor formato de partícula para preencheresses canais é uma nanoesfera. Eles então sintetizaram nanoesferas de uma espécie de cerâmica, a hidroxiapatita. Este material é altamente compatível com os dentes e ossos humanos, sendo por isto largamente utilizada na medicina e na odontologia.
Eles conseguiram gerar cristais de hidroxiapatita de vários tamanhos, alterando os níveis de pH do ambiente em que o material é cultivado. Quanto mais alto o pH, menores e mais arrendodados são os cristais, formando as nanoesferas, o formato mais adequado para preencher os minúsculos canais dos dentes.
O material ainda exigirá pesquisas adicionais e testes de campo antes de chegar ao mercado.